“Se comparamos as contas públicas hoje com as de há 30 anos, hoje são muito melhores porque recorremos a um modelo contabilístico muito mais sofisticado”, apesar “dos erros e dificuldades”, declarou José Tavares.

O responsável falava aos jornalistas, em Ponta Delgada, à margem do 1.º Encontro de Jovens Auditores da Organização dos Tribunais de Contas da CPLP, promovido pela Secção Regional dos Açores do Tribunal de Contas, que tem como tema “O auditor do futuro”.

Em debate estão questões como a transformação digital, a qualificação técnica e os novos modelos de organização do trabalho e seu impacto nas auditorias, entre outros temas.

José Tavares considerou que “hoje as sociedades têm defesas — e o Tribunal de Contas é uma delas — no sentido de garantir a fiabilidade das contas públicas”.

Para o responsável, apesar dos novos desafios e das novas tecnologias de informação, “há algo que nunca poderá mudar num auditor, que é a independência, a objetividade, a imparcialidade, a competência” e, “acima de tudo, terem um comportamento ético exemplar”.

O presidente do Tribunal de Contas considerou que a instituição “tem que dar o exemplo senão perde a sua autoridade para recomendar e criticar os outros”.

No encontro esteve também presente Walton Rodrigues, secretário-geral da OISC-CPLP, organização que reúne os tribunais de contas de Angola, do Brasil, de Cabo Verde, da Guiné-Bissau, o Tribunal Administrativo de Moçambique, o Tribunal de Contas de Portugal e o Supremo Tribunal de Justiça de São Tomé e Príncipe.

A OISC-CPLP é a Organização das Instituições Supremas de Controle das Comunidades de Países de Língua Portuguesa.

O secretário-geral da OISC-CPLP, também em declarações aos jornalistas, considerou a “própria sobrevivência das instituições derivam da superação dos desafios que são impostos”.

O responsável identificou como os maiores desafios que se colocam aos tribunais e auditores a “vastidão das necessidades do controle, da fiscalização de todas as áreas de ação governamental”.

O presidente da OISC-CPLP, Amadú Tidjane Baldé, declarou, por seu turno, que com a “quarta revolução industrial, com fortes mudanças tecnológicas, os auditores têm que ter o domínio das novas tecnologias”, adaptando-se face a novos desafios como as alterações climáticas ou questões relacionadas com a demografia colocam.

“Face a estas novas questões que vão surgindo, os auditores têm que se readaptar e reinventar para poderem ter as competências técnicas e exercer a função de uma forma mais eficaz e eficiente para que o produto que sai dos tribunais de contas ou da instâncias superiores de controlo possam contribuir para a mudança na vida dos cidadãos”.