“Eles [os inimigos] não simpatizam com a nação iraniana”, destacou Ebrahim Raisi num discurso dirigido à nação citado pela agência de noticias Mehr.
“A distância entre protesto e motim deve ser definida. Não há nada de errado em protestar e falar de oposição. Estes devem ser ouvidos, mas motins, a ruptura da segurança do país, a criação do caos e o ataque à vida e à propriedade das pessoas não é aceitável em qualquer lugar do mundo”, acrescentou Raisi.
Para o Presidente iraniano, a “linha vermelha” da República Islâmica é “a segurança da vida e da propriedade das pessoas”.
“As pessoas não podem violar a vida e a propriedade e perturbar a sociedade com tumultos”, reiterou, segundo a agência de notícias IRNA.
Sobre a morte de Mahsa Amini, que desencadeou uma vaga de protestos no Irão que têm degenerado em incidentes e confrontos com as forças policiais, o Presidente iraniano defendeu que a questão “deve ser esclarecida”.
“Todos nós, com todos os gostos e todos os pontos de vista políticos, concordamos que este assunto deve ser tratado de forma transparente e justa”, referiu.
Desta forma, Raisi especificou que se houver “negligência” por parte dos polícias que detiveram Mahsa Amini será dado seguimento ao processo.
Ebrahim Raisi revelou que ligou para a família de Amini, cuja equipa jurídica apresentou uma queixa esta quarta-feira, em que pedem às autoridades iranianas competentes uma investigação detalhada sobre como a prisão foi realizada.
O Presidente iraniano realçou também que a morte da jovem de 22 anos “afeta todos os iranianos.
“Não há ninguém que não esteja afetado”, assegurou, acrescentando que “transparência” e “justiça” são necessárias neste caso.
Masha Amini foi presa a 13 deste mês em Teerão por “trajar roupas inadequadas”, segundo acusou a polícia dos costumes, uma unidade encarregada de fazer cumprir o rigoroso código de indumentária das mulheres na República Islâmica.
No Irão, é obrigatório cobrir o cabelo em público. A polícia fiscaliza ainda as mulheres que usam casacos curtos, acima do joelho, calças justas e ‘jeans’ com buracos (ou rotos), além de roupas coloridas, entre outras regras.
A jovem entrou em coma após a prisão e morreu três dias depois, em 16 de setembro, num hospital, segundo reportou a televisão estatal e a família da vítima.
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