“O combate à criminalidade organizada e transnacional e, sobretudo, ao terrorismo e suas manifestações, sugere aos Estados uma cooperação alargada na troca e partilha de informações”, declarou Filipe Nyusi.

O chefe de Estado moçambicano falava durante a abertura do “Encontro Regional dos Dirigentes dos Ministérios Públicos e de Polícia de Investigação Criminal da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que decorre entre hoje e sexta-feira em Maputo.

Para Filipe Nyusi, o combate contra o terrorismo exige o “bloqueio” dos canais e fontes de financiamento, que normalmente se encontram fora da região onde os insurgentes provocam terror.

“O financiamento e recrutamento ocorre fora do local dos ataques, por isso, é urgente que o judiciário adote uma nova forma de se organizar e cooperar para o reforço de medidas mais expeditas e flexíveis, na prevenção e combate à criminalidade organizada e transnacional, com enfoque para o terrorismo e extremismo violento”, frisou o chefe de Estado moçambicano.

A aposta numa investigação profunda por parte dos órgãos de justiça da região é vista pelo chefe de Estado como fundamental, na medida em que esta é a condição para que os mentores destas incursões sejam identificados e responsabilizados.

“O fenómeno de terrorismo provoca a deslocação de milhares de cidadãos, retrocedendo, por conseguinte, o desenvolvimento sustentável do país, da região e do continente, para além de atentar contra a nossa soberania e integridade territorial”, observou.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por violência armada, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano por forças do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas levando a uma nova onda de ataques noutras áreas, mais perto de Pemba, capital provincial, e na província de Nampula.

Há cerca de 800 mil deslocados internos devido ao conflito, de acordo com a Organização Internacional das Migrações (OIM), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

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