Após uma conversa telefónica entre os dois chefes de Estado, o Presidente francês, Emmanuel Macron, elogiou, em comunicado, a evolução das relações com a Argélia, tem em conta as recentes divergências.

No diálogo com Abdelmadjid Tebboune, Macron mostrou-se disponível para trabalhar sobre questões como a memória da colonização e a guerra da independência da Argélia, “em particular o que se relaciona com a procura de desaparecidos e a manutenção dos cemitérios” no país.

A conversa telefónica entre Macron e Tebboune serviu também para preparar a cimeira entre a União Europeia e a União Africana, marcada para os dias 17 e 18 de fevereiro em Bruxelas.

Esta semana, o Presidente francês participou numa homenagem para lembrar as dezenas de apoiantes da Argélia francesa que morreram num tiroteio em Argel abatidos pelo exército francês, em 1962, e manifestou “uma palavra de gratidão” para com associações de repatriados da Argélia, comummente conhecidos por “pied-noirs” (pés negros).

A Guerra de Independência Argelina, também conhecida por “Revolução Argelina” ou “Guerra da Argélia”, foi um movimento de libertação nacional do domínio francês, que decorreu entre 1954 e 1962.

A guerra, que terminaria com uma vitória militar francesa, mas uma derrota política para Paris, provocou a morte de mais de 300 mil argelinos e de cerca de 27.500 sodados franceses, bem como o êxodo de mais de 900 mil colonos franceses.

Em 19 de março de 1962 é assinado o Armistício de Evian, com o reconhecimento da independência argelina pela França em troca de garantias para os franceses na Argélia.

A independência seria proclamada em 5 de julho de 1962, com a criação da República Popular Democrática da Argélia, antecedida por eleições em que a Frente de Libertação Nacional (FLN, fundada em 1947) se apresenta como partido único e Ahmed Ben Bella é eleito Presidente.