Ardern, que chegou já a considerar que a Nova Zelândia poderia tornar-se numa República, afirmou que há questões mais urgentes para o Governo que lidera.

“Houve um debate […]. Eu já demonstrei a minha posição várias vezes e acredito que esse é o caminho que a Nova Zelândia vai percorrer e que vai acontecer enquanto eu viver”, referiu, frisando, contudo, que – neste momento – não é uma prioridade.

“Não se trata de uma medida para o curto prazo nem está na agenda”, disse Ardern.

Apesar de ser um país independente, a Nova Zelândia, tal como outros 14 estados da Commonwealth, mantêm o monarca britânico como chefe de Estado.

No país, a monarquia britânica (chefia do Estado) é representada por um governador geral.

Trata-se das primeiras declarações de Ardern sobre a questão republicana desde a morte da Rainha Isabel II, sendo que no passado a primeira-ministra defendeu abertamente a possibilidade de afastamento da coroa britânica da chefia do Estado neozelandês.

O debate sobre o Estado republicano é recorrente na sociedade da Nova Zelândia, já que muitos cidadãos defendem que só o afastamento da monarquia britânica pode pôr - de facto – fim ao passado colonial, configurando dessa forma a independência total.

“Na verdade, nunca senti urgência […]. Este é um grande e significativo debate, mas não creio que seja ou deva ocorrer de forma rápida”, disse Ardern, acrescentando que o país enfrenta outros “desafios”.

Na Nova Zelândia, uma das correntes de opinião defende que o debate sobre a instauração do sistema republicano poderia iniciar-se após a morte de Isabel II.

Mesmo assim, a primeira-ministra afirmou hoje que não relaciona os “dois factos”: a morte da monarca e o debate sobre a República.

A governante anunciou que a Nova Zelândia vai decretar luto nacional no dia 26 de setembro em honra de Isabel II, que morreu na passada quinta-feira, na Escócia, e disse que vai estar presente nas cerimónias fúnebres em Londres.