No ano passado, 4.693 alunos que frequentavam o 4º ano de escolaridade em 217 escolas portuguesas participaram no Trends in International Mathematics and Science Study (TIMSS 2015), criado para avaliar a literacia a matemática e a ciências e que celebrou 20 anos de existência.
No total, o TIMSS 2015 analisou o desempenho de mais de 300 mil alunos de 56 países e regiões e os portugueses ficaram em 13.º lugar a matemática e em 32.º lugar a ciências.
Os alunos portugueses têm vindo a melhorar a matemática, quando se comparam os últimos resultados com os obtidos nas outras duas edições em que participaram (logo na primeira, em 1995, e na penúltima, em 2011).
Para avaliar os conhecimentos, o estudo apresenta uma escala que varia entre zero e mil pontos, sendo 500 considerado o desempenho médio dos participantes.
Assim, o desempenho dos alunos é considerado baixo quando um país consegue uma pontuação entre os 400 e os 474 pontos, é considerado intermédio quando fica entre os 475 e os 549 pontos, pode chegar a elevado (550 a 624 pontos) ou mesmo atingir o desempenho avançado (625 pontos ou mais).
Este ano, Portugal obteve 541 pontos a matemática, registando um aumento de nove pontos em relação aos resultados de 2011, o que lhe permitiu subir dois lugares no ranking e ocupar o 13.º lugar.
Os alunos portugueses surgem assim ao lado dos ingleses, belgas, norte-americanos, dinamarqueses ou lituanos, já que todos conseguiram 40 pontos acima do desempenho médio a matemática.
Já a ciências, a situação inverteu-se, com os alunos a baixar a média nacional: Portugal obteve 508 pontos, descendo 14 pontos em relação a 2011 e mais de dez lugares no ranking, passando a ocupar a 32.ª posição (em 2011 ocupava a 19.º lugar).
São os alunos do litoral norte e centro que apresentam os melhores resultados às duas disciplinas, com destaque para Leiria, onde os estudantes conseguiram 576 pontos a matemática e 531 a ciências.
Já os alunos da região do Tâmega e Sousa foram os que obtiveram piores resultados (500 pontos a matemática e 477 a ciências).
Comparando os resultados obtidos nas 198 escolas públicas e nas 19 privadas, as melhores notas são de alunos do ensino privado tanto a matemática (588 versus 536 pontos) como a ciências (542 versus 504).
Seguindo a tendência internacional, os rapazes obtiveram melhores resultados do que as raparigas (mais onze pontos a matemática e sete a ciências).
A avaliação em matemática foca-se nos conteúdos dos “Números”, “Formas Geométricas e Medidas” e “Apresentação de dados” enquanto a ciências, o estudo procura perceber os conhecimentos dos mais pequenos em áreas como as ”Ciências da Vida”, “Ciências Físicas” e “Ciências da Terra”.
No TIMSS 2015, os alunos com melhores desempenhos voltaram a ser os asiáticos de Singapura, Hong Kong, República da Coreia, Japão e Taipé Chinês.
Esta é a 6.ª edição do TIMSS, sendo que Portugal foi um dos 25 países europeus que integrou a primeira edição em 1995.
Na altura participaram 46 países, e Portugal ficou “colocado na cauda da Europa”, recorda o presidente do IAVE, Helder Sousa, no relatório hoje divulgado.
Se em 1995, Portugal ficou abaixo da média - matemática com 475 pontos e Ciências com 480 pontos – em 2011 registou uma melhoria significativa, conseguindo um 15.º lugar a Matemática (532 pontos) e 19º lugar a ciências (522 pontos), num ano em que participaram 63 países.
Vinte anos depois da sua estreia, Portugal volta agora a participar no estudo e verifica-se “uma evolução globalmente positiva” do desempenho dos alunos do 4.º ano a Matemática e Ciências, acrescenta Helder Sousa
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