Estas posições foram assumidas pelo primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, em conferência de imprensa conjunta com o líder do executivo português, António Costa, em Otava.
Interrogado pela agência Lusa sobre a existência no seu país de um elevado número de cidadãos portugueses indocumentados e, também, sobre casos em que trabalhadores nacionais são obrigados a regressar após quatro anos de trabalho consecutivo em empresas canadianas, Justin Trudeau começou por falar em "desinformação".
"Sobre as questões de pessoas indocumentadas e de cidadãos que têm estado no Canadá por muitos anos, infelizmente, há muita desinformação a circular nestas matérias", disse.
Justin Trudeau afirmou, depois, que essas matérias relativas à imigração "o Governo do Canadá leva muito a sério".
"E, obviamente, uma das questões que explicam que o Canadá continue a ser tão apelativo em termos de migrações é porque há confiança no nosso sistema baseado em regras, leis e princípios.
Todavia, perante casos concretos, estamos sempre disponíveis para trabalhar com as comunidades afetadas, tendo em vista apurar se há melhorias a efetuar. Queremos assegurar que as nossas regras e sistema de imigração são respeitados", acrescentou.
Já interrogado sobre barreiras comerciais colocadas pela administração norte-americana, Donald Trump, Justin Trudeau nunca se referiu ao chefe de Estado dos Estados Unidos.
"Canadá e Portugal têm uma longa história em defesa do livre comércio, através dos oceanos e do mundo. Apesar de o comércio livre poder não ter sido benéfico para todos, os canadianos continuam a defendê-lo", advogou.
O primeiro-ministro do Canadá afirmou-se também orgulhoso por ter fechado o acordo de livre comércio com a União Europeia, o CETA.
"Um acordo que demonstrou que a abertura de mercados pode incluir todos e trazer benefícios para um largo número de pessoas. Penso que o CETA pode ser um modelo para outros blocos regionais ao nível mundial", admitiu.
Justin Trudeau manifestou-se ainda otimista nos resultados da renegociação do acordo NAFTA, da América do Norte e defendeu que "já trouxe benefícios concretos para os trabalhadores do Canadá, dos Estados Unidos e do México".
"E vamos continuar a trabalhar arduamente nas negociações para novos desenvolvimentos", acrescentou.
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