“Queremos tomar medidas duras contra os desordeiros, incluindo a expulsão imediata daqueles que participaram”, disse Netanyahu numa reunião ministerial extraordinária convocada para abordar a violência.

Cerca de 140 pessoas ficaram feridas, 15 das quais com gravidade, durante os confrontos entre a polícia israelita e os requerentes de asilo eritreus que se manifestavam em Telavive, num evento organizado pela embaixada da Eritreia, segundo fontes médicas citadas pela EFE.

Segundo a polícia israelita, 30 agentes ficaram feridos nos confrontos e pelo menos três manifestantes foram baleados pela polícia com balas reais.

Na sua intervenção inicial, Netanyahu acrescentou que esta reunião pretende “preparar um plano completo e atualizado para repatriar todos os infiltrados ilegais no Estado de Israel”.

Estima-se que cerca de 30.000 migrantes africanos vivam em Israel, principalmente oriundos do Sudão e da Eritreia. Israel reconhece poucos como refugiados e considera-os, na maioria, migrantes económicos.

O país tem tentado uma variedade de táticas para os forçar a sair, incluindo através do envio para uma prisão remota, retenção de parte dos salários ou pagamentos em dinheiro para os que aceitem mudar-se para outro país africano, segundo a Associated Press (AP).

Protestos violentos como este têm-se repetido em todo o mundo numa altura em que a Eritreia, um dos países mais repressivos do mundo, assinala os seus 30 anos de independência com festivais organizados pela diáspora eritreia na Europa e na América do Norte.

No início deste ano, a Eritreia apelidou de “escumalha de asilo” os manifestantes anti-governamentais que protestavam contra estes eventos.

Os eritreus constituem a maioria dos mais de 30 mil requerentes de asilo africanos em Israel. Alegam que fugiram do perigo e da perseguição de um país conhecido como a “Coreia do Norte de África”, com o recrutamento militar forçado durante toda a vida em condições de escravatura.

O Presidente Isaias Afwerki, 77 anos, dirige a Eritreia desde 1993, tendo assumido o poder após o país ter conquistado a independência da Etiópia numa longa guerra de guerrilha.

Esta nação no Corno de África tem um dos piores registos de Direitos Humanos do mundo e os requerentes de asilo temem a morte se regressarem.