O Presidente norte-americano, Donald Trump, tem repetido que acredita que o seu antecessor, Barack Obama, cometeu crimes, no âmbito do processo que averigua a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016.

“Obamagate!”, escreveu na passada semana Trump na sua conta pessoal da rede social Twitter, insinuando que o ex-Presidente pode estar envolvido em atividades criminosas que permitiram ao Governo russo interferir no resultado das eleições presidenciais, que foram analisadas pelo procurador-especial Robert Mueller, em 2019.

Nas últimas semanas, Trump e vários congressistas republicanos têm também afirmado que ao envolvimento de Obama se pode juntar a contribuição do seu então vice-Presidente e atual candidato presidencial democrata, Joe Biden.

Mas hoje, numa conferência de imprensa, William Barr disse que não se deixaria pressionar politicamente para investigar os adversários políticos de Trump.

“Vivemos num país muito dividido, agora. Penso que é fundamental que tenhamos umas eleições em que o povo americano possa tomar decisões, escolhendo entre o Presidente Trump e o ex-vice-Presidente Biden, com base num debate sobre questões políticas”, disse Barr.

O procurador-geral prometeu que não permitirá que o processo de investigação às origens do caso russo sirva para investigar criminalmente nem Obama, nem qualquer atual candidato, colocando assim de fora do âmbito do processo o próprio Donald Trump, que procura a sua reeleição nas presidenciais de 03 de novembro próximo.

“Qualquer que seja o nível de envolvimento deles (Donald Trump e Joe Biden), com base nas informações que tenho hoje, não conto que qualquer deles venha a ser investigado”, afirmou Barr, repetindo a sua crença de que a investigação ao caso russo foi um erro judicial.

“Não vamos baixar o nível, apenas para obter resultados”, prometeu o procurador-geral, que os democratas acusam de estar ao serviço dos interesses políticos do atual Presidente.

Os republicanos aliados de Trump pedem agora que Barr investigue as ligações do anterior Governo ao esquema patrocinado pelo Kremlin para interferir nas eleições presidenciais de 2016, depois de as investigações até agora conduzidas terem sido inconclusivas sobre qualquer conluio por parte da equipa de campanha de Trump, que venceu essas eleições.