Numa conferência de imprensa conjunta, representantes da Greenpeace, Rede de Ação Climática (CAN na sigla em inglês), CARE Internacional e Oxfam pediram aos líderes europeus que liderem os esforços globais na luta contra o aquecimento do planeta, em cada país e a nível internacional, uma vez que os Estados Unidos decidiram abandonar o Acordo de Paris sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa, conseguido em dezembro de 2015, em Paris, e que entrou em vigor em novembro de 2016.
Jennifer Morgan, da Greenpeace, defendeu que, na conferência de Bona, que decorre até sexta-feira, é possível conseguir "progresso e ambição, mesmo sem os Estados Unidos", mas acrescentou que isso implica que outros "países desenvolvidos" liderem o processo.
"É justo dizer que não vimos liderança da parte dos países desenvolvidos", disse a ambientalista em relação aos primeiros 10 dias de negociações na conferência do clima (COP23).
Isso, na sua opinião, está a provocar um "défice de confiança" da parte dos países em vias de desenvolvimento, o que impede o avanço nas negociações.
Lucille Dufour, assessora de Políticas Internacionais da CAN França apontou que as organizações não-governamentais esperam "sinais fortes" da parte de Macron e de Merkel, que disseram que os seus países vão cumprir os seus compromissos, e "anúncios" nesse sentido.
Da parte da Oxfam Pacífico, Mere Nailatikau lamentou que, para já, as propostas que estão em cima da mesa sejam "débeis", sobretudo no âmbito do financiamento dos fundos para enfrentar os estragos que as alterações climáticas estão a provocar.
Também não se avançou muito no fundo para a adaptação e mitigação nos problemas ligados ao aquecimento global, acrescentou.
Acerca da Alemanha, Jennifer Morgan referiu esperar que Angela Merkel seja "responsável" e anuncie o fim da utilização do carvão em 2030, uma medida exigida pelos ambientalistas em Berlim e que se discute nas negociações para formar um novo governo de coligação na Alemanha.
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