Greg Nicotero, bem como os atores Norman Reedus e Jeffrey Dean Morgan, que interpretam os papéis de herói e vilão na série televisiva “The Walking Dead”, estão hoje em Lisboa para um encontro com os fãs, que começaram a acampar à porta do Teatro Tivoli na terça-feira à noite.

O encontro está marcado para as 18:30, mas, segundo a organização, hoje de manhã já se encontravam à porta do teatro mais de 200 pessoas, para tentarem conseguir um lugar sentadas e ter a oportunidade de trocar umas palavras com as estrelas da série.

Em breves encontros com a imprensa, o produtor e os atores responderam a algumas perguntas, tendo mostrado desagrado com a afirmação de que alguns fãs se queixam de que a última temporada, sobretudo a segunda metade, está aborrecida e não tem tido novos desenvolvimentos.

Antecipando um final de temporada emocionante, Greg Nicotero afirma que “se as pessoas insensatamente optarem por deixar de ver vão perder um grande programa de televisão”.

O produtor e responsável pela caracterização dos zombies compara a situação atual com a da segunda temporada, em que “as pessoas a acharam chata, lenta e em que nada acontecia”.

“Não posso discordar mais. Essa temporada foi a razão por que amamos Carol, a razão por que amamos Daryl [Norman Reedus], é preciso dar algum tempo, seguir connosco este caminho. Há uma história, há uma jornada. As pessoas ficaram aborrecidas com a segunda temporada, mas eu fui para trás e percebi o quanto gosto destas personagens, porque as conheci”, afirmou, justificando que todas as temporadas têm um motivo e preparam algo que está para vir.

Centrando-se nos episódios do início da sétima temporada, em que duas das principais personagens morrem, Jeffrey Dean Morgan (o vilão Negan) considera que “cansaço” por parte dos fãs talvez não seja a palavra certa.

“Eu percebo a dificuldade em ver, a primeira parte da sétima temporada foi dura, é uma história difícil de contar do ponto de vista de Greg e do elenco. Vimos os nossos favoritos a ir para o inferno. Perdemos dois favoritos e vimo-los a descer a um ponto que nunca vimos antes”, afirmou.

Mas há uma razão para isso, “é preparar a história para o que está para vir” e abrir caminho para que, após sete anos em que dura a série, se possa “manter a história fresca e manter a paixão pela serie”, disse acrescentando: “Odeio pensar que as pessoas estão cansadas”.

O produtor assume que por sua vontade traria de volta todas as personagens que morreram, mas salienta que foram estas mortes que permitiram mudar a direção do programa e mostrar que Rick (interpretado por Andrew Lincoln), a personagem principal e líder do grupo, também se deixava abater, por não querer correr riscos e perder mais ninguém, como aconteceu na primeira metade da temporada.

“É desconfortável ver os heróis emocionalmente destruídos, mas o bom é vê-los levantarem-se e decidirem que chegou a altura de lutar, e que vale a pena”, acrescentou, referindo-se à segunda metade da temporada, que se começa agora a desenrolar.

O programa centra-se na história de um grupo de sobreviventes, num cenário pós-apocalíptico, em luta contra uma espécie de epidemia de zombies, e lida com “relações, adaptação e confiança”.

“O programa, para mim, como fã, é sobre relações, sobre como tiveram que se adaptar uns aos outros e ao mundo à sua volta. Fiquei contente de fazer parte disto”, diz Jeffrey Dean Morgan que, apesar de ser já uma das personagens centrais da série, só a começou a integrar nesta temporada.

Ainda sem fim à vista, a série tem assegurada já a oitava temporada.

Em Portugal é transmitida na segunda-feira à noite no canal FOX e foi o programa de ficção mais visto no cabo no ano passado, segundo a GfK, empresa de estudos de mercado que faz a medição de audiências no país.