Essas são algumas das conclusões de um inquérito promovido pela Federação Nacional da Educação (FNE) na semana passada, que envolveu 1.132 trabalhadores, 995 dos quais docentes, das escolas dos 2.º e 3º ciclos que reabriram no dia 5 de abril.
De acordo com os resultados hoje divulgados, apesar de a maioria (72%) considerar que as escolas se estão a organizar para assegurar que são locais seguros, 64% dos inquiridos relatou que não há cumprimento das regras de segurança por parte dos alunos.
Em concreto, quase todos os professores (93%) referem o distanciamento físico, além do uso de máscara fora das salas de aula (50%) e da higienização das mãos (40%).
Comparativamente ao anterior inquérito promovido pela FNE no final de março, aquando da reabertura do pré-escolar e do 1.º ciclo, os professores relatam agora um maior incumprimento das regras entre os alunos mais velhos, referido por apenas 37% dos primeiros docentes a voltar ao regime presencial.
Esse aumento reflete-se, por outro lado, no sentimento de insegurança no trabalho com os alunos.
“Na consulta inicial feita aos educadores de infância e professores de 1.º ciclo, este sentimento ficava nos 26,9% e agora, com os docentes do 2.º e 3.º ciclos, sobe para 37,7%”, refere a estrutura sindical em comunicado.
Na sequência destes resultados, a FNE sublinha a necessidade de promover o “cumprimento escrupuloso de todas as regras” e defende uma intervenção reforçada no âmbito do programa Escola Segura “para que as regras de segurança sejam cumpridas por todos, nomeadamente nos espaços exteriores às escolas”.
No mesmo inquérito, a FNE procurou perceber também quais são as principais preocupações dos trabalhadores e saúde mental e o bem-estar são a principal preocupação referida.
A este respeito, enquanto 55% dos docentes não registaram alterações no seu bem-estar, 25% disse ter melhorado e 20% sente, por outro lado, que o seu bem-estar piorou.
Já nos alunos, cerca de metade dos professores notaram melhorias na sua saúde mental com o regresso à escola, mas 14% regista que piorou.
Além da saúde mental, os professores também se manifestaram preocupados com a saúde e segurança no local de trabalho, referida por 53% dos inquiridos, e com o excesso de trabalho e o efeito da pandemia da covid-19 e do ensino a distância nas aprendizagens.
Os estabelecimentos de ensino dos 2.º e 3.º ciclos reabriram em 05 de abril, conforme previsto no plano de desconfinamento do Governo, depois de mais de dois meses encerrados devido ao agravamento da pandemia da covid-19 em Portugal no início do ano.
O desconfinamento das escolas já tinha arrancado três semanas antes, com o pré-escolar e 1.º ciclo, e hoje juntaram-se também as escolas secundárias e o ensino superior.
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