“O PAM está observar múltiplos efeitos, um deles é que as ilhas, com as suas idiossincrasias muito particulares, são extremamente afetadas pela crise climática, desde a subida do mar até às secas e inundações”, afirmou a diretora regional para a América Latina e Caraíbas da agência da ONU, Lola Castro, em entrevista com a agência EFE na capital panamiana.
As consequências das mudanças climáticas e como lidar com elas é a mensagem central que o PAM levará à 4.ª Conferência Internacional sobre Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS), prevista para os dias 27 a 30 de maio em Saint John, Antígua e Barbuda.
As pequenas ilhas e os estados insulares estão a enfrentar os “efeitos da crise climática, da crise pós-arrefecimento e também da crise da dívida”, uma combinação de fatores que resulta que, entre outros impactos, em elevadas taxas de insegurança alimentar, sublinhou a responsável da ONU.
De acordo com o último relatório do PAM sobre Segurança Alimentar e Meios de Subsistência nas Caraíbas, existem cerca de “três milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar” nas pequenas ilhas de língua inglesa e holandesa das Caraíbas, o que representa “uma melhoria em relação ao ano passado”, mas continua a ser “muito elevado, porque é 70 por cento mais elevado do que antes da covid”, disse a diretora regional do programa da ONU.
“Temos as maiores ilhas, (nomeadamente países como) a República Dominicana, Cuba e Haiti (…) que também têm os seus níveis de insegurança alimentar bastante elevados”, afirmou Lola Castro, explicando que “no Haiti, 50% da população está em situação de insegurança alimentar e na República Dominicana o número ascende a 1,3 milhões de pessoas”.
O programa identificou necessidades na ordem dos 95 milhões de dólares (87,5 milhões de euros) para os próximos seis meses para intervenções nas pequenas ilhas das Caraíbas, bem como em Cuba, República Dominicana e no Haiti, que, por si só, precisa de 76 milhões de dólares (70 milhões de euros) para ações humanitárias várias, alimentação escolar, entre outras.
“O importante é que tenhamos o dinheiro antes de todos os choques, sabemos que no dia 01 de junho começa a época dos furacões; temos de estar preparados e, para isso, precisamos do dinheiro para colocar os alimentos nos diferentes países, nos armazéns, com antecedência”, afirmou.
“Precisamos também de fundos para poder fazer as transferências de dinheiro para ajudar e também para ter ‘stocks’ de artigos não alimentares”, acrescentou a responsável.
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