O projeto EuroAGE - "Iniciativas inovadoras para a promoção do envelhecimento ativo na Região EUROACE" arrancou em abril de 2017 com a assinatura do acordo entre as entidades envolvidas e desenvolve-se até 2020.
Trata-se de uma iniciativa que pretende "promover o envelhecimento ativo através da atividade física, cognitiva e emocional com o intuito de melhorar a qualidade de vida e aumentar a esperança de vida saudável, tendo por base o conhecimento científico e técnico de ambos os países".
O EuroAGE abrange a Eurorregião EUROACE (agrupamento integrado pelas regiões do Alentejo e Centro de Portugal e da Comunidade Autónoma da Extremadura) e é cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) em 75% através do Programa INTERREG V-A Espanha-Portugal (POCTEP) 2014-2020.
Tem um custo total de 1,2 milhões de euros e um financiamento do FEDER de 919 mil euros.
O projeto envolve os Institutos Politécnicos da Guarda e de Castelo Branco, a Universidade de Coimbra, o Centro de Cirurgía de Mínima Invasión Jesús Usón (Cáceres), o Cluster Sociosanitario de Extremadura-Cáceres e a Universidade de Extremadura (Espanha).
Segundo Carolina Vila-Chã, responsável pela equipa do Instituto Politécnico da Guarda (IPG), o projeto EuroAGE tem duas grandes áreas: "Tem uma área mais associada à parte da robótica e outra associada mais à literacia e ao desenvolvimento de jogos para a função cognitiva, estimulação física e interação social".
Na Guarda, os trabalhos desenrolam-se no Laboratório de Avaliação do Rendimento Desportivo, Exercício Físico e Saúde da Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto do IPG.
A responsável disse à agência Lusa que, numa primeira fase, foi feito o levantamento das necessidades da população idosa abrangida.
"Estivemos essencialmente no terreno a ver, junto com os técnicos e com os idosos, de que forma é que estas tecnologias podem ser uma mais-valia para as instituições e para as pessoas que trabalham diretamente com os idosos, no sentido de ter mais uma ferramenta que estimule o idoso tanto do ponto de vista cognitivo, físico e social, porque sabemos que estimulando esse ponto de vista, as pessoas acabam por ter mais autonomia e viverem de forma independente por muito mais tempo", explicou.
Neste momento, estão a ser desenvolvidos conteúdos informativos que ajudem a esclarecer a "importância da estimulação física e cognitiva para as pessoas se manterem em autonomia pelo período maior de tempo possível".
Estão também em fase de implementação jogos de treino associados à estimulação cognitiva (como o "Jogo das Vindimas"), que pretendem "estimular e reforçar a autonomia dos idosos para as atividades do dia a dia", disse.
"Este projeto inclui a distribuição [por instituições do território abrangido] de 30 dispositivos com os jogos que estão a ser desenvolvidos, não só na parte da atividade física, mas também de estimulação cognitiva", adiantou Carolina Vila Chã.
A responsável pela equipa do IPG no projeto EuroAGE adiantou que estão envolvidos cerca de 60 idosos de ambos os lados da fronteira e o objetivo é "ultrapassar os 100".
Dois habitantes da Guarda que participam no projeto apoiado pelo programa INTERREG valorizam a iniciativa transfronteiriça.
"Tudo aquilo que faça com que o idoso deixe de estar sentado e saia de casa é sempre salutar", disse Mário Fonseca, de 70 anos.
O homem considera que as iniciativas desenvolvidas "alertam" para a importância da mobilidade e para a necessidade de os mais velhos terem "uma vida ativa".
Maria José, de 68 anos, que já praticou um dos jogos criados pelo projeto EuroAGE, disse que a iniciativa é importante para o fomento do exercício físico junto dos mais idosos.
"Eu estou a gostar bastante de participar na iniciativa. Para mim, algumas coisas são um bocadinho difíceis, mas vou fazendo e faço com prazer. Acho que é muito interessante fazerem estas coisas", disse.
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