A Proteção Civil fez ao início da tarde desta segunda-feira um ponto de situação sobre o combate aos incêndios que assolaram o país nos últimos dias.

André Fernandes, Comandante Nacional de Emergência da Proteção Civil, começou por informar que foram registados 30 incêndios no dia de hoje, sendo que de momento não há "nenhum incêndio significativo ativo".

Em comparação com outros dias, foi “invertida a tendência de subida de ignições”, já que se registaram 35 no dia 8 (sexta-feira), 46 no dia 9 (sábado) e 43 no dia 10 de julho (domingo).

Tal significa que as ocorrências de relevo que tiveram lugar entre os dias 7 e 10 de julho — em Santarém, Leiria, Vila Real e Bragança — encontram-se "dominadas e numa fase de estabilização dos perímetros".

Dessa forma, os dispositivos serão mantidos no terreno, por forma a acautelar reativamentos.

Apesar da situação de maior acalmia neste momento, as previsões apontam para um "agravamento das condições meteorológicas" da parte da tarde.

"Os incêndios estão dominados, mas a qualquer altura podem ter uma reativação. Tudo será feito para que não aconteça, mas queremos dar nota da complexidade da situação", reforçou André Fernandes.

Não é tempo para "baixar a guarda" porque "a situação é grave e excecional e temos de adaptar o nosso comportamento. A negligência não pode existir", salientou.

Desde o dia 7 de julho, foram assistidas 41 pessoas, registados 26 feridos leves e 1 ferido grave (apenas considerado grave por estar em causa uma fratura exposta). Muitos dos feridos não precisaram, sequer, de ser transportados para o hospital. André Fernandes quis "passar uma mensagem de tranquilidade nesta área".

No incêndio em Santarém cinco habitações e dois anexos foram afetados pelos incêndios. Em Leiria, o fogo afetou duas habitações. Pontualmente foram evacuadas localidades de forma preventiva.

Os incêndios que nos últimos dias lavraram em Carrazeda de Ansiães, Ourém e Pombal queimaram uma área estimada de cerca de 6.347 hectares.

De acordo com André Fernandes, o comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANPC), o fogo que na quinta-feira teve início em Marzagão, Carrazeda de Ansiães, no distrito de Bragança, queimou uma área estimada em 2.798 hectares, com um perímetro de incêndio de 52 quilómetros.

O incêndio que começou na quinta-feira à tarde no concelho de Ourém, no distrito de Santarém, e que alastrou a Alvaiázere (Leiria) e Ferreira do Zêzere tem uma área ardida estimada de 2.984 hectares.

Já o fogo que começou na sexta-feira em Vale da Pia, no concelho de Pombal, e que se estendeu a Ansião, distrito de Leiria, queimou 565 hectares, segundo a estimativa da Proteção Civil.

Portugal continental entrou às 00:00 de hoje em situação de contingência, que deverá terminar às 23:59 de sexta-feira, mas que poderá ser prolongada caso seja necessário.

A declaração da situação de contingência foi decidida devido às previsões meteorológicas para os próximos dias, que apontam para o agravamento do risco de incêndio, com temperaturas que podem ultrapassar os 45º em algumas partes do país, segundo disse, no sábado, o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.

Devido à situação de risco, Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil e a Comissão europeia mobilizou, no domingo, dois aviões espanhóis para combater os incêndios no território português.

(Notícia atualizada às 15:02)