A Proteção Civil confirmou que o hangar da frota de helicópteros Kamov em Ponte de Sor está encerrado, referindo que ocorreu a movimentação de material sem ter sido identificado, sem autorização e que aguarda esclarecimentos.
“O hangar da ANPC sito em Ponte de Sor, onde se encontra localizada a frota de helicópteros Kamov, propriedade do Estado português, foi na terça-feira interditado pela ANPC em virtude de se ter constatado a movimentação de material da mencionada frota, por parte da Heliavionics (subcontratada da Everjets, S.A.), sem ter sido efetuada a identificação do referido material, nem ter sido solicitada a necessária autorização, tendo tal facto sido logo comunicado à Everjets, S.A”, refere a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) em comunicado.
Aquela entidade considera que o encerramento do hangar foi “a única medida que, no imediato e face à omissão de qualquer atuação ou esclarecimento por parte dos técnicos da Everjets presentes no local”, permitiu acautelar “os bens da ANPC e o interesse público subjacente”.
“Salienta-se que foram solicitados à Everjets, S.A. os necessários esclarecimentos, em ordem a que, caso se encontrem reunidas as condições para tal, seja reaberto o hangar e retomados os trabalhos com a normalidade necessária e desejável”, concluiu.
A empresa Everjets anunciou hoje que a Proteção Civil “selou as instalações” e expulsou as equipas que procediam à manutenção de três helicópteros Kamov, no Aeródromo de Ponte de Sor, Portalegre, avisando que prontidão destas aeronaves fica “seriamente comprometida”.
"A Autoridade Nacional de Proteção Civil [ANPC] encerrou e selou as instalações [na terça-feira] onde estão guardados os helicópteros Kamov, expulsando dos hangares as equipas russas que procediam à manutenção das aeronaves. Os helicópteros Kamov estavam a ser reparados para operarem no início da campanha de combate aos fogos, a partir de 15 de maio”, referiu a administração da empresa, em comunicado enviado à agência Lusa.
A ANPC invoca como motivo para esta decisão, segundo a Everjets, “que a empresa de manutenção russa Heliavionics da Kamov estava a movimentar equipamento/peças sem autorização prévia, situação esta que no decorrer dos anos sempre foi normal”.
“A Everjets, a empresa que opera os Kamov em Portugal por força do contrato celebrado com o Estado, e que pretendia cumprir o planeamento de manutenção, vê-se assim impossibilitada de cumprir os objetivos e garantir a prontidão das aeronaves, que fica seriamente comprometida", alerta a empresa.
A 13 de fevereiro, em resposta enviada à Lusa, o Ministério da Administração Interna (MAI) disse esperar que os três helicópteros Kamov estejam operacionais para integrar o dispositivo de combate a incêndios florestais deste ano.
Artigo atualizado às 21h53
Comentários