"Num serviço onde deveriam estar quatro enfermeiros especialistas, estão apenas dois, um que está só para a sala de partos e outro que assegura o resto do serviço", afirmou à agência Lusa Pedro Costa, do movimento dos Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstetrícia (ESMO).
De acordo com este enfermeiro, no turno da manhã, que terminou às 16:00, um especialista de carreira fez "a preparação para o parto" e outro "ficou com a sala de partos, consultas, urgências e sala de dilatação".
Pedro Costa prevê que, nos próximos turnos, fiquem no serviço "um enfermeiro especialista e um enfermeiro em protesto ou generalista", alertando que a situação vai afetar, sobretudo, o internamento.
Quando os dois enfermeiros vão para a sala de partos, situada na outra ala do hospital, "o serviço de internamento fica abandonado", referiu.
Contactado pela Lusa, Ilídio Pinto Cardoso, porta-voz da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), da qual faz parte o Hospital de Portalegre, limitou-se a dizer que "a maternidade está a funcionar dentro da normalidade".
Os enfermeiros especialistas em saúde materna e obstetrícia regressaram hoje aos protestos para exigirem a criação de uma categoria específica na carreira e a respetiva remuneração pelas funções especializadas que desempenham.
Promovido pelo movimento dos ESMO, o protesto, que já tinha decorrido em julho, passa por os enfermeiros deixarem de realizar as funções de especialista, pelas quais não são pagos.
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