A iniciativa parlamentar, que foi hoje apresentada em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, pelo deputado Tiago Lopes, pretende contribuir para a redução dos números da obesidade infantil na região que, segundo o PS, registaram uma subida em 2022, “invertendo a tendência de redução que se vinha registando ao longo de anos, até 2019”.
Segundo um comunicado do PS, com a proposta, os deputados socialistas querem que o executivo açoriano, no âmbito do próximo Plano Regional de Saúde, proceda à “reativação de um programa regional para a promoção da alimentação saudável, estabelecendo como áreas de intervenção prioritárias a saúde infantojuvenil e a saúde escolar, a promoção do aleitamento materno, o incentivo à frequência de consultas de nutrição e a promoção da literacia em Saúde”.
Os parlamentares também pedem que o Governo Regional envie ao parlamento dos Açores, no prazo de três meses, “um relatório com o ponto de situação da obesidade infantil na região, que inclua o grau de implementação e de execução de medidas de combate à obesidade infantil”.
“Perante os maus resultados de 2022, o Governo Regional tem de recuperar rapidamente boas práticas, tem de recorrer a novas formas de olhar a problemática da obesidade infantil e novas formas de atuar, a implementar já no corrente ano escolar de 2023/2024”, referiu Tiago Lopes, citado na nota.
O deputado lembrou os mais recentes dados do COSI (na sigla em inglês ‘Childhood Obesity Surveillance Iniciative’), um programa da Organização Mundial de Saúde, que revelaram “que 22,8% das crianças açorianas entre os 7 e os 8 anos de idade sofrem de obesidade infantil, ou seja, [que] os Açores têm a mais alta taxa de obesidade infantil de todo o país”.
Segundo o parlamentar socialista, de acordo com o mesmo estudo, 43% das crianças açorianas apresentam “excesso de peso”, situação que coloca também a região no “topo da tabela do país” neste mau indicador.
Devido à “inação” do Governo Regional, “em apenas três anos, a região regrediu 15 anos na área da promoção da Saúde”, referiu.
Tiago Lopes recordou que, “em 2008, a região apresentava 46,6% de prevalência de excesso de peso e 22,8% de obesidade infantil”, números que “levaram os governos regionais anteriores, da responsabilidade do PS a ‘implementar medidas que inverteram aquela tendência no espaço de cinco anos’”.
“Entre 2008 e 2019 todas as regiões do país mostraram uma redução na prevalência do excesso de peso e da obesidade e o decréscimo mais acentuado verificou-se nos Açores”, disse.
Como se previa, admitiu o socialista, a pandemia de covid-19 “contribuiu para o aumento da obesidade infantil”.
No entanto, o deputado do PS, destacou que o excesso de peso e a obesidade “aumentaram nos Açores em 7,1%”, enquanto “o aumento nacional foi de cerca de 2%”.
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