“Como se recordarão, o PSD chamou a atenção, aquando da revelação da reunião secreta, de que era necessário garantir toda a transparência e isenção no funcionamento da comissão e encaminhou um pedido de parecer à comissão parlamentar da Transparência”, afirmou Paulo Moniz, coordenador do PSD no inquérito à TAP, em declarações aos jornalistas.

Nessa altura, os sociais-democratas pediram um parecer sobre a presença do então coordenador socialista na comissão de inquérito à gestão da TAP, Carlos Pereira, numa reunião com a presidente executiva da empresa na véspera da audição parlamentar de janeiro, que está atualmente em elaboração.

Questionado sobre se o anúncio de que o deputado socialista irá deixar da comissão não esvazia este parecer, Paulo Moniz respondeu negativamente.

Já se o PSD pretende, como pediu a IL, que seja avaliado se o deputado Carlos Pereira estava em “situação de litígio” quando foi relator da comissão de inquérito à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), em 2017, Paulo Moniz quis separar as duas dimensões.

“Do nosso ponto de vista, parece-nos pouco plausível revisitar um relatório que ficou encerrado, outra coisa é aguardar as conclusões da comissão parlamentar da Transparência, que pode analisar as variáveis que hoje conhecemos”, disse.

Para o PSD, formal e juridicamente não é possível voltar a abrir um relatório que ficou fechado em 2017.

“Mas este assunto será seguramente analisado na comissão da Transparência. É mais um fator a ter leitura política”, considerou.

O coordenador do PS na comissão de inquérito à TAP, Carlos Pereira, afirmou hoje que vai sair daquele órgão parlamentar para poder dar-lhe a “tranquilidade necessária”, acabando com o que considerou um “clima de suspeição”.

A saída da comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP, hoje anunciada pelo deputado Carlos Pereira, surge na sequência de uma notícia avançada na quinta-feira pelo jornal Correio da Manhã sobre um alegado perdão de parte (66 mil euros) de uma dívida de Carlos Pereira enquanto avalista de uma empresa que faliu em 2015.

O deputado do PS acrescentou que não sai da comissão porque “houve um perdão de uma dívida” da Caixa Geral de Depósitos, acrescentando que é “falso que tenha havido um perdão”, favorecimentos ou incompatibilidades.