PSD: Carlos Carreiras alerta que poder só chegará com geringonça à direita

Carlos Carreiras, antigo vice-presidente do PSD, alertou hoje que o centro e a direita “só voltarão ao poder com uma ‘geringonça’ de sinal contrário”, manifestando “expetativa baixa” relativamente ao Conselho Nacional social-democrata que decidirá o futuro da atual direção.

“Não estou à espera que se inverta este processo de descida que o PSD tem vindo a sentir”, disse o antigo ‘vice’ de Pedro Passos Coelho, no dia em que o órgão máximo entre congressos do partido vai votar uma moção de confiança à direção de Rui Rio.

Em declarações aos jornalistas à margem de um evento em Cascais, onde preside à Câmara Municipal, Carlos Carreiras manifestou um “sentimento de grande preocupação” quanto ao futuro do PSD, antecipando que “o Conselho Nacional, seja qual for o resultado, não fará a inversão desse processo”.

“Estou convencido de que vai passar [a moção de confiança à direção de Rui Rio]”, antecipou, embora considerando que o partido só terá hipóteses de vingar “se houver a perceção dos erros que foram sendo cometidos” e a iniciativa de os corrigir.

Mas, como as partes “não têm a perceção dos erros, dificilmente terão a capacidade de os corrigir”, sustentou.

Quanto à votação secreta ou por braço no ar da moção de confiança à direção de Rui Rio, Carlos Carreiras defendeu que o partido deverá seguir “as regras, os estatutos e o regulamento do Conselho Nacional”, ou seja, “a espinha dorsal” das leis do PSD, recordando que 10% dos conselheiros poderão requerer a votação secreta.

O autarca de Cascais admitiu os “erros” da atual direção, mas recusou-se a “estigmatizar” a questão entre “os bons e os maus”, considerando “não aconselhável que o PSD ande a discutir problemas de ordem interna” em vez de fazer oposição ao Governo de António Costa.

Carreiras considerou que Rio “deve ir às próximas eleições", mas, antes, deverá “corrigir os erros” que tem cometido, lembrando que preside à maior autarquia liderada pelo PSD e que nunca foi ouvido pelo líder do partido.

E, quanto às expectativas sobre o Conselho Nacional, Carlos Carreira disse pensar que “vai ficar tudo na mesma”.

“Mas, fica tudo para pior. Ao contrário, do que dizia a doutor Marques Mendes, acho que perderam os dois. E acho que o PSD está em sentido de perda, quando o PSD tem de virar e passar ao sentido de ganho”.

(Notícia atualizada às 17:13)