Em entrevista à Rádio Renascença, hoje divulgada, o presidente da Câmara Municipal de Cascais considerou que “neste momento o mais aconselhável para o PSD” seria ter como presidente do partido “uma figura de referência para a esmagadora maioria dos militantes”, que tivesse depois “vice-presidentes que funcionariam como presidentes executivos”, e que poderiam estar divididos por regiões.

Questionado se pensou em alguém em concreto, o antigo coordenador autárquico do PSD respondeu: “Há um que me parece evidente, porque se mantém atual, mantém-se se muito informado, está permanentemente na comunicação social como comentador, que é o dr. Marques Mendes”.

“Seria um senador que teria condições de agregar os tais vice-presidentes, que seriam para todos os efeitos presidentes executivos”, disse, sugerindo para essas posições autarcas de sucesso do PSD como Ricardo Rio (Braga) ou figuras das Regiões Autónomas, que o PSD governa atualmente.

Carlos Carreiras retirou-se de qualquer um desses cargos, dizendo que o seu partido “é Cascais”, e admitiu que há outras figuras no PSD com o perfil de senador, mas sem indicar outros nomes e assegurando que não falou desta sua ideia com Marques Mendes, que foi presidente do partido entre 2005 e 2007.

“Há um conjunto de senadores que têm aqui uma oportunidade de ajudar o partido e também têm alguma responsabilidade, porque são o que são por via do partido”, justificou.

À Renascença, o autarca defende que este líder de perfil senatorial serviria para reorganizar o partido nos próximos quatro anos, tendo depois o PSD outro candidato a primeiro-ministro.

“Dentro dos estatutos do PSD, nunca aconteceu, mas o candidato a primeiro-ministro não tem necessariamente de ser o líder do partido. Era uma solução que considero muito viável, termos depois um candidato a primeiro-ministro diferente do presidente do partido”, disse.

Na entrevista, Carreiras traça um cenário dramático da situação do PSD, considerando que se “tornou irrelevante na política nacional” e que pode estar em causa “a própria sobrevivência do partido”.

“Se não tiver cuidado e não for responsável, eu penso que corre esse risco. E não é agora o hipotético líder A ou B que saia das eleições, tem de ser uma responsabilidade assumida coletivamente. Os portugueses às tantas não têm paciência para ver um partido a cometer sempre os mesmos erros e a não aprender com os erros que cometeu”, alertou.

Carlos Carreiras, que foi sempre muito crítico da liderança de Rui Rio, considerou que “há um problema estrutural do PSD, que foi muito acentuado pela sua chefia”.

“Nós não tivemos uma liderança, tivemos um chefe de fação, ainda para mais um mau chefe de fação”, criticou.

Nas últimas eleições diretas, em novembro do ano passado, o autarca de Cascais apoiou Paulo Rangel e, em 2020, Miguel Pinto Luz na primeira volta e, depois, Luís Montenegro.

Rui Rio já confirmou que irá sair da liderança do PSD na sequência da derrota eleitoral nas legislativas, admitindo ficar até julho, e não há, por enquanto, nenhum candidato assumido à sucessão.

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