"A realidade revela que, nos últimos oito anos, se assistiu a uma redução de 28% no número de cursos profissionais, cuja abertura foi autorizada pelo Governo Regional", adiantou Duarte Freitas, lamentando que, atualmente, "a grande maioria das escolas" esteja a funcionar a "50% da sua capacidade".
Segundo o líder dos sociais-democratas açorianos, verifica-se uma "enorme disparidade" entre aquilo que diz o Governo Regional e a realidade que o ensino profissional atravessa, pelo que o executivo socialista "faz sucessivos anúncios de reforço da oferta formativa", mas quem está no terreno sente que o ensino profissional é visto com um "parente pobre".
"O Governo Regional impõe fortes limitações ao financiamento do ensino profissional, ao não permitir a abertura de mais cursos em escolas que estão a funcionar a menos de 50% da sua capacidade, apesar de existir procura para esses mesmos cursos", acusou Duarte Freitas.
As conclusões a que chegou o grupo parlamentar do PSD/Açores sobre a situação atual do ensino profissional no arquipélago, resultam de um estudo elaborado pelo deputado Jorge Jorge, que será apresentado no parlamento regional, na sessão legislativa de julho, como "relatório de interesse regional".
Com base nesse documento, os sociais-democratas açorianos propõem a abertura de mais turmas nas escolas profissionais da região, de acordo com as suas características e com a procura de jovens, e a definição de áreas vocacionais, em função da realidade social e económica de cada ilha.
O PSD/Açores fala ainda na necessidade de haver oferta formativa nesta área em "todas as ilhas e concelhos da região" e também que o ensino profissional passe a ser devida e atempadamente financiado.
Tudo isto, com o objetivo de os Açores se aproximarem dos indicadores médios da União Europeia em matéria do número de alunos em percursos qualificantes: na Europa, 60% dos alunos opta pelo ensino secundário, ao passo que na região, apenas 1/3 dos alunos vai para o ensino profissional.
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