Maurício Marques, que há um ano apoiou Pedro Santana Lopes nas eleições para a direção nacional do PSD, que deram a vitória a Rui Rio, justificou a renúncia ao cargo de presidente da Comissão Política Distrital de Coimbra com uma “quebra de confiança” face à atual liderança do partido.

“Devo contribuir, com a minha saída, para que se restabeleça uma confiança que não existe”, sublinhou.

O deputado esclareceu que vai “cumprir até ao fim” o mandato na Assembleia da República, cuja composição mudará na sequência das eleições legislativas deste ano.

Maurício Marques anunciou a sua demissão, na segunda-feira à noite, numa “reunião alargada” da Distrital na sede do PSD de Coimbra, perante cerca de 30 membros do órgão, que lhe “pediram para não abandonar” o lugar de deputado.

Com a eleição de Rui Rio para a presidência do partido, em janeiro de 2018, “houve uma relação de confiança que foi cortada”, declarou o dirigente demissionário.

No distrito de Coimbra, Santana Lopes, agora líder do novo partido Aliança, venceu aquela eleição com 780 votos (50,5%), contra 762 de Rio.

No dia 17, o Conselho Nacional manteve a confiança em Rui Rio à frente do PSD.

Maurício Marques admitiu hoje à Lusa que o seu afastamento da Distrital de Coimbra poderá “criar uma nova dinâmica”, dando lugar a “outras pessoas provavelmente mais alinhadas com a direção” de Rui Rio.

“Entendo que não estão criadas as condições para que eu continue a desenvolver o meu trabalho”, acentuou.

Numa carta dirigida ao presidente da mesa da Assembleia Distrital, Nuno Freitas, que lidera também a Concelhia de Coimbra, o antigo presidente da Câmara de Penacova afirma-se disponível para “continuar ao lado dos militantes” do PSD.

Maurício Marques estava a cumprir o terceiro mandato de dois anos como presidente do partido no distrito de Coimbra, o qual terminaria em 2020.

A eleição da nova Comissão Política Distrital está marcada para 09 de março.