“Declara-se neste momento Luís Montenegro presidente eleito do PSD e que assumirá funções no próximo congresso”, anunciou o presidente do Conselho de Jurisdição Nacional do partido, Paulo Colaço, numa declaração na sede do PSD, em Lisboa.

Segundo os resultados provisórios anunciados das eleições diretas, Luís Montenegro alcançou 73% dos votos e Jorge Moreira da Silva 27%, com a abstenção a rondar os 35%.

“Os números da abstenção são substancialmente mais elevados do que nas últimas diretas”, respondeu aos jornalistas Paulo Colaço, admitindo que ainda possam subir com a contagem final dos votos.

De acordo com Paulo Colaço, estavam 44.626 militantes inscritos, tendo votado 29.272.

Registaram-se 280 votos brancos e 105 nulos, com Montenegro a garantir 17.145 votos e Moreira da Silva 6.281, ainda segundo os resultados provisórios.

“Estes são ainda resultados preliminares e nós anunciamos os resultados quando o número de votos por apurar já é inferior à diferença de votos das candidaturas, mas ainda há atas que estão a chegar, há resultados na emigração que ainda não chegaram, mas hão de chegar nestes próximos dois dias. O resultado final será homologado pelo Conselho de Jurisdição na próxima terça-feira”, referiu.

Questionado sobre eventuais problemas ou irregularidades no ato eleitoral, o presidente do Conselho de Jurisdição Nacional adiantou que houve uma queixa da secção de Londres, uma secção da emigração.

“É uma secção pequena, mas ainda assim tem de ser apreciada, mas de resto tudo decorreu com muita normalidade”, assegurou.

O Conselho de Jurisdição Nacional do PSD é o órgão encarregado de fiscalizar e acompanhar o ato eleitoral.

“As nossas primeiras palavras são para todos os militantes do PSD, especialmente aqueles que hoje foram votar no presidente que querem para os próximos dois anos para o partido. Saudamos todos os que participaram neste ato eleitoral”, disse Paulo Colaço.

Luís Montenegro vai suceder a Rui Rio na liderança do PSD.

Montenegro tem 49 anos, é advogado, e concorreu pela segunda vez à liderança do partido - depois de ter perdido para Rui Rio as diretas de 2020, numa inédita segunda volta no PSD - e notabilizou-se como rosto do ‘passismo’ na liderança da bancada parlamentar nos anos da ‘troika’.

Estas são eleições diretas antecipadas, convocadas pela direção depois da derrota eleitoral do partido em 30 de janeiro, já que Rui Rio - presidente do PSD desde janeiro de 2018 - teria mandato até dezembro de 2023.

A vitória de Rui Rio sobre o eurodeputado Paulo Rangel nas últimas diretas, em 27 de novembro do ano passado, foi a mais curta de sempre em eleições internas no PSD: apenas 1.746 votos separaram os dois candidatos, ainda menos do que a distância entre Rio e Montenegro em 2020 (2.071).