Na reunião da Câmara do Porto desta segunda-feira, onde foi aprovada por unanimidade a delimitação da ARU de Azevedo, Álvaro Almeida sublinhou a necessidade de avançar com a criação deste instrumento de gestão do território em outras zonas da cidade que, como Azevedo, carecem de uma estratégia integrada.

"Compreendo que haja 10 ARU que merecem agora uma intervenção mais aprofundada e que os serviços da câmara possam não considerar novas ARU, mas, sem ser necessariamente para o curto prazo, eu acho que é importante não deixar passar que há outras zonas da cidade que precisam de reabilitação urbana. Estou a lembrar-me, por exemplo, de Ramalde, que tem zonas muito antigas que merecem como esta (…). E, portanto, na medida da capacidade dos serviços, sugiro que se pondere esta nova ARU", disse.

Em resposta, o vereador do Pelouro do Urbanismo, Pedro Baganha, explicou que no caso particular de Ramalde está em marcha a requalificação de vários arruamentos no âmbito do programa "Rua Direita", como complemento à utilização de outros instrumentos de gestão territorial.

"Quando estamos a falar de reabilitação urbana naturalmente estamos a falar de quantidade de instrumentos em simultâneo, que por exemplo no caso da ARU é concomitante com o esforço de reabilitação do espaço publico que já está em curso(…). No caso de Ramalde, essa necessidade de reabilitação urbana está reconhecida pelo facto de ser a freguesia que tem o maior número de ruas inscritas no programa ‘Rua Direita’", afirmou.

Para Álvaro Almeida, estas explicações reforçam ainda mais a sua "convicção sobre a necessidade" de uma intervenção naquela zona, cujas características de ruralidade estão a perder-se "porque está a ser invadida por construções novas".

O tema surgiu durante a discussão e aprovação da proposta de delimitação da ARU de Azevedo, que, segundo o Pedro Baganha, é a "última peça do puzzle", completando a estratégia de reabilitação da autarquia para Campanhã.

Com esta delimitação, referiu o vereador, 36% da superfície da cidade passa a estar integrada em áreas de reabilitação urbana, num total de 10.

Segundo aquele responsável, a sua definição abre um novo ciclo, com a definição das Operações de Reabilitação Urbana.

No âmbito desta aprovação, PS e CDU sublinharam a importância deste instrumento como motor de requalificação de uma área com várias fragilidades.

Trata-se de potenciar uma das poucas zonas rurais da cidade, explicou o vereador do PS Manuel Pizarro, que defendeu, no entanto que, "essa ruralidade não pode ser conseguida à custa da qualidade de vidas das pessoas".

Já a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, considerou que é urgente avançar com a Operação de Reabilitação Urbana (ORU) nesta zona, esperando que este assunto, que "é uma urgência há décadas", não fique no papel mais quatro anos.