“Se queremos uma economia com base em mais valor acrescentado e não em salários baixos, temos de ter a educação como algo absolutamente decisivo. Um dos aspetos que é preciso ultrapassar são as desigualdades no acesso ao ensino superior. Por isso, propomos combatê-las e procurando que haja mais justiça e equidade sociais no futuro dos jovens portugueses”, afirmou Rui Rio na apresentação do documento estratégico do PSD para o acesso ao ensino superior.
Rui Rio falava no Porto durante a apresentação do documento estratégico do PSD para o acesso ao ensino superior, explicando ter por objetivo procurar “que haja mais justiça e equidade em termos sociais no futuro dos jovens portugueses”.
Duplicar a oferta de residências universitárias e rever o modelo de acesso ao ensino superior para alcançar mais coesão social e uma distribuição geográfica mais equilibrada, por exemplo incentivando as instituições a recrutar grupos sub-representados são algumas das propostas do PSD, explicou a coordenadora do Conselho Estratégico Nacional para o Ensino Superior, Maria da Graça Carvalho.
“Chegamos à conclusão de que o regime atual não está a dar efeitos do ponto de vista de coesão social e distribuição geográfica equilibrada”, afirmou a coordenadora.
Graça Carvalho defende, por isso, uma “maior responsabilidade das instituições de ensino superior na seleção dos seus alunos”.
“A intenção é manter um sistema centralizado de acesso, mas dando cada vez mais às instituições capacidade de escolher os seus alunos”.
Pretende-se, também, “alargar a base de recrutamento dos alunos do ensino superior” e diversificá-la, nomeadamente com “alunos internacionais e de países de língua portuguesa”.
Outra perspetiva é criar “percursos flexíveis para a entrada dos alunos” no ensino superior, designadamente os que frequentam os cursos profissionais no ensino secundário.
“Recrutar e promover sucesso de alunos oriundos de grupos sub-representados” é outra das propostas do PSD.
De acordo com Graça Carvalho, para tal “as instituições terão de ter trabalho um extra para captar alunos” e isso “pode traduzir-se numa majoração no financiamento das que consigam maior diversidade”.
Para a coordenadora, “talvez a questão mais determinante em termos de equidade” seja a “cobertura de residências estudantis”
“É urgente o país aumentar o número de camas. Tentar, pelo menos, duplica-lo”, frisou.
Graça Carvalho observou que, “neste momento, existe uma percentagem baixa de alunos com direito a residências”.
A solução, disse, passa pela construção ou reabilitação recorrendo a fundos europeus ou da contratualização com a sociedade civil”.
“Aumentar a atratividade, para os estudantes, de regiões com menor densidade populacional” é outra das intenções.
De acordo com Graça Carvalho, “as instituições do interior devem oferecer melhores condições acolhimento a estudantes deslocados, com vista a fomentar a mobilidade do litoral para o interior”.
A intenção é “perspetivar um programa Erasmus interior, até para investigadores ou funcionários, numa mobilidade de seis meses”, esperando que “muitos” possam gostar.
“Queremos também reforçar o programa + Superior, lançado pelo anterior governo do PSD, para pretende atrair estudantes para o interior”, disse.
Graça Carvalho notou ainda que é “importante que as instituições do interior tenham oferta adequada à especialização regional e que haja um regime de complementaridade e não de competição”.
Rui Rio lembrou que a proposta para o Ensino Superior é já a quarta apresentada pelo Conselho Estratégico Nacional do partido, depois de abordar áreas como a “natalidade, a união económica e monetário e o Serviço Nacional de Saúde”.
“Para quem diz que o PSD não apresenta ideias, aponto estes documentos. E, já agora, pergunto quais as ideias dos outros partidos”, observou.
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