Num pedido de esclarecimento enviado à Soflusa, a que a agência Lusa teve acesso, o deputado Bruno Vitorino considera que o serviço “foi pago, mas não foi prestado” pela empresa.
“É inacreditável e lamentável que se tenha chegado a este ponto, de dizer às pessoas quando podem ou não apanhar o seu transporte, como se os trabalhadores ou estudantes pudessem alterar os horários do trabalho ou das aulas”, afirma.
Bruno Vitorino salienta que entre os dias 09 e 13 de outubro, a empresa anunciou que só iria operar com quatro embarcações, quando deveria ter pelo menos seis embarcações para assegurar o serviço mínimo.
O deputado salienta que Soflusa “reconheceu a sua incapacidade em assegurar o serviço”, emitindo um comunicado a pedir aos passageiros que não viajassem em hora de ponta, entre as 08:00 e as 09:00.
“A impossibilidade de previsão das carreiras que iriam existir, não permitiu às pessoas programarem a sua vida, de modo a minimizarem estes impactos, ainda para mais não tendo sido colocado, por parte da empresa, nenhum transporte alternativo ao dispor dos passageiros, que tiveram que recorrer a outros transportes ou a viaturas particulares para garantir a sua mobilidade”, frisa.
O social-democrata considera que a restituição do dinheiro dos passes aos utentes “é um ato de justiça”, pois pagaram um serviço que não tiveram.
Questionada pela Lusa, a empresa Soflusa referiu que entre os dias entre 09 e 12 de outubro recebeu perto de 170 reclamações relativas às perturbações de serviço ocorridas.
“Nestas reclamações incluem-se 17 pedidos de reembolso parcial/total de título de transporte e três pedidos de indemnização, menos de 2% das reclamações. Todos os pedidos serão devidamente analisados, durante os próximos dias, pelos órgãos da empresa competentes nesta matéria, a fim de ser dada resposta tão breve quanto possível”, refere a empresa numa resposta por escrito enviada à Lusa.
Comentários