No documento, o PSD alega que a “acentuada degradação da qualidade do serviço público de transporte a que se assiste é inaudita e não tem paralelo em qualquer outro período” da história.
“Tomámos conhecimento de episódios lastimáveis como o que obrigou a Polícia Marítima a retirar passageiros desesperados do transporte fluvial, com tudo o que isso significa, devido ao risco acrescido de excesso de peso, e porque o número de ligações foi reduzido”, sublinha o partido.
Os sociais-democratas apontam também que no ano passado “a Transtejo e a Soflusa registaram 2.500 reclamações e a frota apresentou uma taxa de operacionalidade de apenas 55%, sendo de salientar que o número de travessias realizadas se vem reduzindo desde 2015”.
Por isso, “os transportes urbanos têm sido permanentemente notícia ao longo da legislatura, e raramente pelos bons motivos, destacando-se a ausência do prometido investimento público por parte deste Governo quer no início da legislatura quer durante a mesma”, critica o PSD.
O partido acusa ainda o Governo de descer o valor dos passes “por achar que dá votos em ano de eleições”, mas salienta que o executivo “esqueceu-se das promessas de investimento que fez ao longo de quatro anos, aumentando a pressão sobre um modo de transporte que deixou degradar de forma consciente para um nível inaceitável e sem que fizesse um mínimo para contrariar essa situação”.
“Enquanto assistimos a supressões de ligações, a passageiros obrigados a pernoitar no cais por falta de ligação, a trabalhadores preocupados pela sistemática necessidade de apresentar justificações por atraso nos empregos, há candidatos a emprego que são estigmatizados e preteridos por dependerem do transporte fluvial para se deslocar, em suma a um desespero crescente e preocupante, o Governo que faz? Deixa arrastar o problema, com gravíssimos riscos de ordem pública, pondo em causa a integridade e segurança de passageiros e trabalhadores daquela transportadora”, vincam os deputados.
Por tudo isto, o PSD quer saber “qual a justificação para a redução sistemática do número de ligações desde 2015”, se o Governo de António Costa está “ciente da gravidade e riscos da situação que tem deixado arrastar” e, ainda, “que diretivas tem transmitido à administração da Soflusa e Transtejo”.
O grupo parlamentar do PSD quer que o ministro João Pedro Matos Fernandes esclareça também se a administração está “dotada dos meios que permitam responder à situação de exceção que se vive na empresa”, quais as “medidas de curto prazo” que o Ministério do Ambiente “está a tomar para ultrapassar esta situação”, e “para quando” a sua normalização.
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