“Nós temos de tornar a Justiça célere. O PSD fala muitas vezes na reforma da Justiça, mas meus caros amigos, aí eu discordo completamente do meu adversário interno”, afirmou Paulo Rangel numa sessão com militantes, na Guarda.

E prosseguiu: “A reforma da Justiça que nós precisamos não é a reforma dos Conselhos Superiores do Ministério Público ou do Conselho Superior da Magistratura. Não é essa. A reforma que nós precisamos é ter uma justiça rápida. Que as empresas não esperem oito, nove, dez anos por uma decisão sobre impostos. Que as empresas não esperem oito, nove, dez anos, ou os particulares ou a administração, por decisões dos Tribunais Administrativos. Que uma insolvência não leve quatro ou cinco anos”.

“Quando a maquinaria não serve para nada, quando os trabalhadores já tiveram que ir definitivamente embora para outros ramos, porque senão morriam à fome, quando os credores nem sequer foram minimamente pagos, as instalações estão degradadas é que nós vamos recuperar a empresa?”, questionou.

Na opinião de Rangel, em matéria da Justiça “nós [país] temos de ser céleres e rápidos”.

No seu discurso, o social-democrata também prometeu que, se for eleito presidente do partido, o PSD será “uma alternativa clara e ambiciosa ao PS”.

“Nós não vamos para as eleições legislativas de 30 de janeiro com equívocos. Nós vamos com a ambição de ter uma maioria e de governar Portugal”, afirmou.

Acrescentou que o primeiro objetivo de um governo do PSD é “criar riqueza para combater a pobreza”.

“Longe vão os tempos em que Portugal tinha como meta estar no pelotão da frente. (…) Nós estamos tão para trás que aquilo que é o nosso horizonte, aquilo que nos vai acontecer se mantivermos uma política socialista ou uma política de colaboração com os socialistas, é virmos a ser, não do pelotão da frente e não do pelotão de trás, mas o ‘carro vassoura’ da União Europeia”, alertou.

Na sua intervenção referiu que os militantes são livres de votar nas eleições para o partido, esclarecendo que não pertence ao grupo “daqueles que agora resolveu fazer uma espécie de discriminação dos militantes do PSD em que há uns militantes que são livres e há outros que parece que são escravos”.

“Esta ideia de militantes livres e escravos é uma manipulação da liberdade de cada pessoa quando vai votar” e também “desqualifica as pessoas”, pois para si “todos os militantes do PSD são iguais e todos têm o discernimento para fazerem as suas escolhas”.

Para Rangel “não há uma diferença entre aquilo que são os militantes livres e os militantes escravos como alguns querem”.

“Se me escolherem a mim, o PSD vai-se apresentar como uma alternativa para o país, com ambição. Ambição de ser maioria e de governar. Com esperança de pôr o país a criar riqueza (…) com um impulso e um dinamismo que crie confiança e esperança nos cidadãos”, disse.

No seu discurso, o candidato à liderança do PSD também fez críticas à governação socialista e disse que o país “está hoje numa situação de estagnação” e de “declínio” e os serviços públicos “têm cada vez menor qualidade”.