Em declarações à Lusa, quando falta cerca de um mês para os militantes do PSD escolherem o seu novo presidente, a 13 de janeiro, Santana Lopes salientou que já percorreu “quase 30 mil quilómetros” desde que se apresentou como candidato aos militantes, a 22 de outubro, e faz “um balanço muito positivo”.
“Tenho o apoio de mais presidentes de Câmara, de mais presidentes de distritais do partido, de muita gente da ‘jota’, da maioria dos TSD [Trabalhadores Sociais-Democratas], também da maioria dos deputados. Portanto, num mês e meio, o balanço que faço é extremamente positivo”, afirmou o antigo primeiro-ministro.
Reconhecendo que as eleições diretas têm uma componente de “voto livre” difícil de medir, Santana Lopes disse, “com humildade e sem fanfarronice”, estar convicto de que será o próximo presidente do PSD por sentir “uma onda muito viva, uma onda de vitória”.
“Estou muito confiante nos resultados do trabalho desenvolvido e no apoio de norte a sul, nas ilhas e na emigração”, afirmou, sublinhando que já fez “muitas campanhas na vida” e que sabe reconhecer essa dinâmica no terreno.
No último mês de campanha, o candidato irá concentrar-se nos concelhos e localidades com mais eleitores – depois de, num primeiro momento, a ‘volta’ se ter baseado na igualdade do território – e promete focar a sua mensagem mais no primeiro-ministro, António Costa, do que no seu adversário interno, Rui Rio.
“O PPD/PSD não volta ao poder sem eleições, esta coligação está a degradar-se, o estado de graça acabou e há condições, infelizmente, para que a legislatura não chegue ao fim. O meu principal trabalho é afirmar a alternativa a esta frente de esquerda”, afirmou.
Outra das mensagens essenciais no que resta da campanha interna de Santana Lopes será a de insistir num novo papel do Estado que deve ser defendido pelo PSD, a que chama “reinventar o Estado”, até porque considera que já ninguém acredita na sua reforma.
“Pôr na ordem o Estado gastador, o Estado abusador, o Estado castigador, para o qual pagamos cada vez mais impostos diretos e indiretos e não cumpre as suas funções (…) Cada vez mais perguntamos: mas tanto impostos para onde, para quê?”, questionou.
Outra linha que considera ser distintiva da sua candidatura é a proximidade com as pessoas e os seus problemas, como no caso dos incêndios que assolaram o país.
“Tenho procurado inteirar-me das situações, visitar as zonas do país atingidas por calamidades, tragédias, ou que têm dificuldades de afirmação no todo nacional”, afirmou, destacando que esse tem sido um “ponto estratégico” das suas intervenções e propostas.
Quanto à – até agora – ausência de debates na campanha para a liderança do PSD, Santana Lopes diz lamentar “pelos portugueses e pelos militantes”, mas considera que tal não o impediu de “estar à frente” nos apoios no terreno.
“Se houver debate fico satisfeito, se não houver lamento, mas a culpa não será minha com certeza”, respondeu.
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