Em comunicado, a PSP diz que o desenho, que faz capa do suplemento satírico 'Inimigo Público', "associa a PSP a um qualquer movimento politico-ideológico, afetando publicamente a isenção e apartidarismo que caracterizam a instituição, resultantes não só de obrigação estatutária e da condição policial, mas também da convicção dos polícias que a integram".

Na imagem, uma figura surge entre outras com o uniforme da PSP, numa marcha que alude às imagens da parada ao estilo Ku Klux Klan (movimentos de supremacia branca dos Estados Unidos) que tentou ameaçar a associação SOS Racismo no passado fim de semana.

"No referido cartoon, que aparentemente está relacionado com uma ação com conotação política, ocorrida no passado sábado, em frente à sede da organização SOS Racismo, em Lisboa, surge uma figura caricaturada vestida com um uniforme da PSP", escreve a Direção Nacional da polícia.

"A PSP lamenta a leviandade com que o jornal e o cartoon em questão feriram a boa imagem da instituição e dos polícias que nela servem e protegem os nossos concidadãos", aludindo à "Estratégia PSP 2020/2022, aprovada pelo Diretor Nacional", que considera ser clara sobre esta matéria, referindo a “Isenção e rejeição de qualquer forma de extremismo e discriminação” como um valor e um pilar ético fundamental.

Assim, por a PSP "considerar que os factos referidos ofendem a credibilidade, o prestígio e a confiança devidos à instituição, consubstanciando a prática de crime, serão os mesmos, ainda hoje, formalmente participados ao Ministério Público e exercido o direito de queixa pelo Diretor Nacional".

O cartoon, assinado por Nuno Saraiva, faz parte do suplemento 'Inimigo Público', dirigido por Luís Pedro Nunes. Esta rubrica do diário é assumidamente satírica, frisando no topo "se não aconteceu, podia ter acontecido". A imagem é capa de um bloco que inclui "notícias" como “André Ventura contra pena de morte porque depois de mortos é impossível haver castração”, "SIC contrata Juan Carlos para o lugar de Cristina Ferreira”, ou “Novo Banco tentou vender Lionel Messi por 14 euros a fundo das Caimão”.

Estas "notícias" são falsas e cumprem fins humorísticos.