Dados enviados à agência Lusa pela PSP e GNR dão conta que se registaram desde o início do ano 42.495 acidentes rodoviários, que provocaram 135 mortos, 726 feridos graves e 12.211 feridos ligeiros.
Em comparação com o mesmo período de 2021, aquelas duas forças de segurança registaram este ano mais 10.259 acidentes (31,8%), mais 55 vitimas mortais (68,75%), mais 204 feridos graves (39%) e mais 3.331 feridos ligeiros (37,5%).
Numa nota enviada à Lusa, a Guarda Nacional Republicana considera que o ano de 2021 “não é passível de ser comparado com o ano em curso” devido às medidas decorrentes da pandemia de covid-19 e os consequentes confinamentos e limitações de circulação, referindo que existe um maior rigor comparando com 2019.
A GNR registou, entre 01 de janeiro e 30 de abril deste ano, 22.784 acidentes (mais 6.028 do que em igual período de 2021), 111 mortos (mais 56), 502 feridos graves (mais 193) e 6.458 feridos ligeiros (mais 2.140).
Comparando os dados com 2019, a GNR dá conta que nos primeiros quatro meses deste ano ocorreram menos 2.064 acidentes, menos 17 mortos, menos 22 feridos graves e mais 936 feridos ligeiros.
Os distritos com mais acidentes rodoviários registados este ano na área de intervenção da GNR são o Porto (3.564), Aveiro (2.275), Lisboa (2.275) e Braga (2.250), já o maior número de vítimas mortais ocorreu em Setúbal, com 14 mortos devido aos acidentes nas estradas.
A Polícia de Segurança Pública dá também conta numa nota enviada à Lusa, que, entre 01 de janeiro e 25 de maio deste ano, registou na sua área de intervenção (meios urbanos) 19.711 acidentes de viação, dos quais resultaram 24 mortos, 224 feridos graves e 5.753 feridos leves.
Segundo a PSP, estes dados equivalem a um aumento de 21,4% do número de acidentes quando comparado com o período homólogo de 2021, em que foram registados 15.480 desastres, 25 mortos, 213 feridos graves e 4562 feridos ligeiros.
“Ao comparar as duas janelas temporais constatamos que o número de acidentes e o número de feridos graves e leves aumentou no ano de 2022, sendo que apenas o indicador do número de mortos diminuiu (-1)”, precisa aquela força de segurança.
A PSP refere também que os distritos onde se registam o maior número de acidentes são Lisboa, Porto, Setúbal, Braga e as Regiões Autónomas da Madeira e Açores.
Esta polícia realça igualmente que, “com o intuito de reforçar a segurança rodoviária, continuará a fiscalizar os comportamentos de risco dos condutores, principalmente as condutas que têm elevada prevalência e maior impacto na sinistralidade rodoviária, nomeadamente excesso de velocidade, condução sob o efeito do álcool, uso indevido do telemóvel, utilização dos cintos de segurança e sistemas de retenção”.
A PSP indica ainda que, no primeiro trimestre de 2022, realizou 7.341 operações de fiscalização rodoviária.
Estes dados da PSP e da GNR dizem respeito às vitimas mortais que ocorreram no local do acidente ou a caminho do hospital.
o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2021 alertava para o aumento da sinistralidade rodoviária em quase 7% em relação a 2020, apesar das restrições de mobilidade e de redução da circulação rodoviária devido à pandemia de covid-19.
“Os anos de 2020 e 2021 foram atípicos, condicionados pelas restrições na mobilidade que se traduziram numa redução da circulação rodoviária, que, no entanto, aumentou em 2021 na mesma ordem de grandeza do registado no consumo de combustível rodoviário (+5%)”, segundo o RASI.
O RASI precisa que em 2021 se registaram 114.960 acidentes, mais 7.308 do que em 2020 (+ 6,9%), que provocaram 400 vítimas mortais no local do desastre ou a caminho do hospital, menos quatro (-1%), 2.269 feridos graves, mais 273 (+13,7%) e 35.404 feridos ligeiros, mais 3.333 (+10,4%).
A agência Lusa pediu à Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) dados relativos à sinistralidade deste ano, uma vez que o último relatório disponível na sua página da internet é de novembro de 2021, mas não obteve qualquer resposta.
A Lusa tentou também obter uma justificação sobre o facto de a ANSR ter deixado de publicar desde 2018 os relatórios anuais sobre as mortes a 30 dias, ou seja, contabilização dos mortos nos hospitais 30 dias após o acidente.
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