Milhares de manifestantes estão em Brasília, capital do país, para participar numa marcha que sairá do estádio de futebol Mané Garrincha e seguirá até a sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde representantes do PT vão formalizar o registo da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva.
Em Lisboa, Portugal, o núcleo do PT marcou uma iniciativa a favor de Lula da Silva, na Praça Luís de Camões, hoje às 19:00.
Segundo a página oficial do ex-Presidente, também está previsto um protesto na Suíça.
Já esta terça-feira, apoiantes de Lula da Silva concentraram-se em cidades como Paris, Berlim ou Nova Iorque para pedir a liberdade do antigo líder brasileiro, reclamando que a sua prisão é uma manobra política injustificada.
Treze membros de movimentos sociais que apoiam Lula da Silva estão em greve, na capital brasileira, desde dia 29 de julho, exigindo a sua libertação e a autorização do registo da sua candidatura às presidenciais de outubro.
A mobilização em torno da candidatura do líder mais popular da esquerda no Brasil foi novamente defendida na segunda-feira pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que garantiu que o partido vai manter Lula da Silva como candidato "até as últimas consequências".
"Vamos com Lula [da Silva] até o fim", disse, num encontro com correspondentes estrangeiros em São Paulo, Brasil, para explicar a estratégia do partido antes das eleições presidenciais.
Nas últimas semanas, o PT organizou uma série de eventos para alavancar o nome do antigo chefe de Estado, preso desde 7 de abril após ter sido condenado em duas instâncias da Justiça por supostamente receber subornos de uma construtora.
No entanto, as aspirações presidenciais de Lula da Silva deparam-se com fortes obstáculo legais, destacando-se o facto dele estar atualmente preso e não poder fazer campanha e também pela existência de uma lei que impede condenados em duas instâncias da justiça do país de participarem em corridas eleitorais.
Perante estes impedimentos, o PT tem repetido que o ex-Presidente foi condenado "sem provas" num processo que é parte de uma perseguição política das classes conservadoras do Brasil, que começou com a destituição da ex-Presidente Dilma Rousseff, em 2016.
Esta tese foi defendida pelo próprio Lula da Silva num artigo publicado esta terça-feira no jornal norte-americano New York Times.
No texto, ele afirmou que a sua prisão "foi a última fase de um golpe em câmara lenta destinado a marginalizar permanentemente as forças progressistas no Brasil" para "impedir que o Partido dos Trabalhadores seja novamente eleito para a Presidência".
Apesar das denúncias sobre a suposta perseguição política, todos os recursos legais que foram tentados por Lula da Silva e os seus advogados foram rejeitados nos tribunais brasileiros, pelo que o PT realiza hoje estes atos para fazer a "defesa política" do seu candidato, mesmo estando ele preso e com poucas possibilidades de revogar o impedimento de sua candidatura na justiça eleitoral.
Após a formalização da candidatura de Lula da Silva, o Tribunal Superior Eleitoral deverá pronunciar-se sobre a sua viabilidade, mas não há prazo definido para emitir a decisão.
A campanha eleitoral para as eleições de 7 de outubro começa na quinta-feira.
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