“Consideramos que é correto esperar os resultados oficiais das eleições. Quero recordar que o Presidente Putin disse muitas vezes que respeitará a escola do povo norte-americano, seja ela qual for”, disse aos jornalistas o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov.
Putin felicitou Donald Trump pela sua eleição em 2016 pouco após as projeções dos ‘media’ norte-americanos lhe darem a vitória, mas Peskov argumentou que nessa altura “não havia contestação jurídica dos resultados”.
Ao contrário da maioria dos países do mundo, a Rússia, tal como a China, o México e o Brasil, não felicitaram o Presidente eleito, Joe Biden, pela vitória.
Donald Trump recusou reconhecer a vitória do seu rival nas eleições de terça-feira, anunciada no sábado, e denunciou, sem apresentar provas, fraudes a favor do democrata, prometendo ações na justiça para contestar o resultado.
A responsável da comissão eleitoral russa, Ella Pamfilova, considerou hoje que o voto por correspondência nos EUA abriu “um espaço imenso” para possíveis fraudes eleitorais.
Segundo Pamfilova, o sistema de voto por correio nos EUA permitiria “votos múltiplos, perdas de boletins ‘indesejáveis’ ou o aumento do voto dos mortos”.
Há vários meses que o Presidente Donald Trump lança suspeições sobre a legitimidade do resultado final das eleições, alegando não ter confiança nos votos por correspondência, que este ano bateram máximos, com mais de 100 milhões de eleitores a escolherem esta opção, por causa, entre outras razões, da pandemia de covid-19.
As relações entre Washington e Moscovo deterioraram-se desde que a Rússia foi acusada de ingerência nas presidenciais de 2016 para favorecer a eleição de Donald Trump.
O milionário norte-americano negou sempre ter beneficiado dos esforços russos, tal como Putin, apesar de as conclusões dos inspetores norte-americanos terem levado à imposição de sanções contra a Rússia.
A eleição de Joe Biden poderá aumentar as tensões com Moscovo, já que o antigo vice-presidente de Barack Obama prometeu sempre mais firmeza relativamente a Moscovo.
Segundo Peskov, Putin está “pronto a trabalhar com qualquer Presidente dos Estados Unidos”, e a Rússia espera que com “o próximo” seja possível “um diálogo e um entendimento sobre as vias para normalizar as relações bilaterais”.
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