“Vladimir Putin participará na cimeira virtual do G20”, declarou o canal de televisão Vesti, num comunicado em que apresenta a agenda do Presidente russo para esta semana, sem especificar em que formato participará na reunião o líder russo.
Em setembro, pelo segundo ano consecutivo, Vladimir Putin não aceitou o convite para representar fisicamente a Rússia na cimeira do G20, depois de ter sido afastado da cena internacional pelo ataque do seu exército à Ucrânia em fevereiro de 2022.
Alvo de um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional, que o acusa de crimes de guerra pela deportação de crianças ucranianas – o que Moscovo nega -, o chefe de Estado russo também deixou que o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, o representasse na cimeira dos BRICS (grupo de países emergentes) na África do Sul, em agosto passado.
Desde a pandemia de covid-19, e mais ainda desde o início do conflito na Ucrânia, Vladimir Putin raramente se desloca ao estrangeiro, como aconteceu na China, em outubro, onde manteve conversações com o Presidente Xi Jinping, o seu aliado na luta contra o que ambos descrevem como hegemonia americana.
A Rússia e a China não subscreveram o Estatuto de Roma, na origem do Tribunal Penal Internacional. Não sendo Estados-membros, Putin não é abrangido pelo mandado de captura nesses territórios. Os Estados Unidos retiraram-se da organização, durante a administração de George W. Bush, perante a perspetiva da invasão do Iraque. A África do Sul é um dos 123 países que ratificaram ou aderiram ao Tribunal Penal Internacional, desde a sua instituição, em 1998, assim como a Índia.
No início de outubro, o Presidente russo tinha dito que não participaria fisicamente em cimeiras internacionais para não “causar problemas” aos organizadores.
A Índia, que acolhe a cimeira virtual do G20 na quarta-feira, detém a presidência do Grupo dos Vinte até ao final de novembro.
Nova Deli tem laços históricos estreitos com Moscovo e a Rússia continua a ser o maior fornecedor de armas à Índia.
O G20 é composto por 19 países e pela União Europeia, que juntos representam cerca de 85% do PIB mundial.
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