Reforço da fonteira entre a Turquia e a Síria
A intenção deste muro não é muito diferente da dos seus antecessores: evitar a entrada de combatentes e de refugiados sírios. São várias as regiões da Turquia que estão a levantar um muro de cimento na fronteira com a Síria para evitar a entrada daqueles que fogem de um conflito que se arrasta há cinco anos e que já provocou perto de meio milhão de mortos.
O processo de construção, que foi anunciado pelo governo em julho de 2015, foi acelerado depois das críticas de Bruxelas sobre a falta de controlo nas fronteiras e da posterior assinatura de um acordo para dominar os fluxos migratórios.
De acordo com o "El País", estão a ser posicionados blocos de cimento em seis pontos distribuídos ao longo de 135 quilómetros (a fronteira entre estes dois países tem 911 quilómetros), incluindo 80 quilómetros em que a fronteira está sob o domínio do Estado Islâmico, nas províncias de Kilis e Gaziantep.
Muro de segurança à volta de Bagdad
No início do mês de fevereiro, o governo do Iraque anunciou a construção de um muro, com três metros de altura, e de trincheiras de defesa à volta da cidade de Bagdad como forma de impedir a entrada de terroristas e de carros armadilhados, segundo explicou o brigadeiro-general Saad Maan, em entrevista à AFP.
A construção desta parede de cimento vai ser dividida em duas fases. Vai começar nas zonas a norte e oeste da capital iraquiana, onde há actividade do Estado Islâmico. Também haverá zonas onde não será necessário qualquer tipo de intervenção, dadas as características naturais desses locais.
Segundo Maan, depois da construção da primeira fase, que deverá levar seis meses, 50% dos postos de controlo dentro da cidade serão desmantelados.
Muro em Israel para proteger o país das "bestas selvagens"
Benjamin Netanyahu não foi simpático na escolha de palavras. Nesta quarta-feira, o primeiro-ministro de Israel, citado pelo The Guardian, declarou que tem intenção de vedar o país pois "no nosso bairro temos de nos proteger das bestas selvagens", numa referência aos palestinianos.
O projeto inclui a construção de um novo muro na fronteira com a Faixa de Gaza, com o objetivo de evitar a infiltração do Hamas no território através de túneis.
De acordo com Netanyahu, o projeto deverá levar anos e vai custar milhões de euros ao estado de Israel.
Multiplicação de barreiras para controlar os refugiados
No final de novembro de 2015, a Macedónia iniciou a construção de um muro na fronteira com a Grécia, de acordo com o testemunho de um fotógrafo da AFP, para controlar melhor a deslocação de refugiados.
Apesar de não ser conhecida a extensão do muro, que tem 2,5 metros de altura, este vem na sequência do desejo manifestado pelas autoridades do país de limitar o fluxo de migrantes vindos da Grécia depois dos atentados de Paris a 13 de novembro de 2015, uma vez que dois dos suspeitos dos ataques entraram na Europa através da Grécia no mês de outubro, fazendo-se passar por refugiados.
Já em outubro, a ministra do Interior austríaca Johanna Mikl-Leitner tinha manifestado a intenção de erguer uma barreira na fronteira com a Eslovénia. “Trata-se de garantir uma entrada ordeira e controlada no nosso país, não de fechar a fronteira”, disse à televisão pública Oe1, uma vez que “nas últimas semanas, os grupos de migrantes mostraram-se mais impacientes, agressivos e emotivos”, pelo que seria necessário “tomar todas as precauções”.
Por outro lado, em julho de 2015, a Hungria anunciou a construção de um muro ao longo dos 175 quilómetros de fronteira com a Sérvia, não para controlar, mas sim para conter o fluxo de refugiados que todos os dias tentavam entrar no país. Esta decisão foi contestada pela Sérvia, um país candidato oficial à integração na União Europeia.
Mas a construção deste tipo de barreiras anti-migrantes não foi uma novidade na Europa, uma vez que já existiam muros semelhantes erguidos pela Grécia, Bulgária e Espanha nas fronteiras exteriores da União Europeia e em Calais, junto ao Eurotúnel que separa a França da Grã-Bretanha.
A separação entre os Estados Unidos e o México
A construção de um muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México germinou em 1991, apenas dois anos após a queda do muro de Berlim. Em 1994 o governo americano decidiu intensificar a segurança no muro com a chamada “Operação Guardião”, que tinha como objetivo conter a onda de imigração clandestina.
Depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, a administração Bush, com o apoio da maioria republicana no Senado, conseguiu, em 2006, aprovar um prolongamento desse muro para evitar a entrada de terroristas no país.
Nos 3,2 mil quilómetros de fronteira entre os dois países, há um muro de metal em cerca de um terço desta extensão.
Chipre, uma antiga divisão na Europa
Se podemos considerar estes muros relativamente recentes, há outra realidade em Nicosia, no Chipre. Aqui, um muro divide a cidade há mais de 40 anos, mais precisamente desde 1974. Esta divisão, também conhecida como "Linha Verde", aconteceu após uma invasão da parte norte da ilha pelo exército turco em julho e em agosto de 1974, em reação a um golpe de Estado nacionalista fracassado que pretendia a unificação com a Grécia, suscitando a inquietação da minoria turcófona do país, independente desde 1960.
Em 2015, o secretário de Estado norte-americano John Kerry garantiu, citado pela Lusa: “Estou mais convencido do que nunca de que uma solução para a divisão de Chipre está ao alcance da mão”. “Nos últimos meses tornou-se claro que a situação começou a mudar e que foram registados progressos tangíveis”, afirmou o chefe da diplomacia norte-americana, em dezembro, sublinhando que o seu país permanece “focado ao mais alto nível” na questão cipriota.
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