A propósito da exibição do seu filme The Libertine (2004), em Glastonbury, o ator, depois de perguntar se podiam levar Trump até ao festival e a ideia ser recebida com assobios, lançou uma pergunta que fez furor: "Quando foi a última vez que um ator matou um presidente?", numa clara alusão ao assassinato do presidente Abraham Lincoln pelo ator John Wilkes Booth, em 1865.
"Eu acho que ele [Trump] precisa de ajuda e que há uma quantidade de lugares negros, negros e maravilhosos, para onde ele podia ir", disse o ator.
"Esta é apenas uma pergunta, não estou a insinuar nada. Além disso, isto vai sair na imprensa. Vai ser horrível. Gosto que vocês sejam todos parte disto".
"Quero esclarecer: eu não sou um ator. Eu minto para viver. Contudo, já lá vai um bocado e talvez agora seja o tempo", acrescentou.
Johnny Depp chegou a Glastonbury num Cadillac vintage azul, sendo recebido entusiasticamente pelos fãs, a propósito do lançamento do Cineramageddon, o novo espaço de drive-in do festival de artes performativas.
Contudo, esta não foi a primeira vez que uma personalidade falou em 'matar' Trump. Madonna, no início do ano, referiu fazer "explodir a Casa Branca", tendo depois esclarecido a afirmação no Instagram: "Eu não sou uma pessoa violenta, não promovo a violência e é importante que as pessoas ouçam e compreendam o meu discurso na totalidade e não se centrem apenas numa frase".
Também Snoop Dog divulgou, em março, um vídeo onde atirava sobre um 'boneco' de Donald Trump, o que causou polémica. Após disparar, vê-se na arma uma bandeira com a palavra 'bang'.
Kathy Griffin também publicou uma fotografia, em maio, em que aparece com a cabeça ensanguentada do presidente norte-americano na mão. Depois, pediu desculpa pelo sucedido. "Fui muito longe. A imagem é muito perturbadora. Compreendo que ofenda as pessoas. Não teve piada, eu percebi".
O que acontece a quem ameaça o presidente dos Estados Unidos
Segundo o Código dos EUA, ameaçar um presidente é um "crime de classe E". Assim, qualquer pessoa que "com conhecimento de causa e intencionalmente" faça "qualquer ameaça para tirar a vida, sequestrar ou causar danos corporais" ao presidente dos EUA pode ser sentenciado até cinco anos e/ou ser multado, explica a BBC.
Nos Estados Unidos, os Serviços Secretos investigam os casos que possam ser considerados suspeitos. Contudo, quando se trata de comentários de artistas, os tribunais costumam declarar que os casos são "discurso protegido" sob a Primeira Emenda da Constituição dos EUA.
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