“Há um ano a direção demitiu os centralistas e não meteu ninguém. Depois contrataram uma empresa de portaria para assegurar a central. A empresa foi embora no dia 01 de junho por falta de pagamentos. A central tem sido assegurada pelos voluntários, mas também temos vida própria e a nossa principal vocação é o auxílio no terreno, e isto não pode continuar quando há assalariados na instituição. Então, a direção avisou o comando por email que nos fins de semana e dias feriados não há central e o quartel ficou ao abandono”, descreveu.
Voluntária há 13 anos, Iva Bessa culpa a direção pelo arrastar desta situação, diz que os voluntários estão “de pés e mãos atados” e que o “socorro ao povo portuense fica comprometido”.
“Exigimos a demissão desta direção que está a afundar uma instituição fundada há 147 anos”, acrescentou, lamentando que os bombeiros voluntários estejam “inibidos de fazer a emergência e de poder dar o seu contributo à comunidade”.
A agência Lusa contactou o presidente da direção da Real Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários do Porto, Gustavo Pereira Barroco, mas até ao momento não obteve resposta.
A situação foi, entretanto, comunicada ao comandante distrital de operações de socorro, à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, à Liga dos Bombeiros Portugueses, bem como ao comandante do Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto, corporação que agora está a receber as chamadas de emergência da central dos Voluntários do Porto.
Câmara e Proteção Civil do Porto garantem que socorro da cidade está assegurado
socorro na cidade do Porto “está totalmente assegurado”, apesar do fecho do quartel e da central dos Bombeiros Voluntários do Porto, garantiram hoje a Comissão Distrital de Proteção Civil e a Câmara Municipal.
“Fui informado da situação hoje de manhã. Em causa está um conflito interno da associação que é uma associação privada. O socorro da cidade do Porto não está em nada comprometido. Quer Batalhão de Sapadores, quer os meios do INEM e os Bombeiros Portuenses estão em alerta”, disse o presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil do Porto, Marco Martins, à agência Lusa.
O também autarca de Gondomar disse saber que a situação de hoje é o culminar de “uma disputa interna”, um “conflito com alguns anos” que já terá gerado ações em tribunal.
Também fonte da Câmara Municipal do Porto garantiu à Lusa que “o socorro na cidade está completamente assegurado”.
“O socorro na cidade não está em causa e o Batalhão de Sapadores de Bombeiros está ao dispor da população”, referiu fonte camarária.
A mesma fonte recordou que a Real Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários do Porto é uma associação privada, pelo que “a Câmara não se pode imiscuir nos assuntos de foro interno da associação”, disse.
“A Câmara tem acompanhado a situação com alguma preocupação. A associação tem sido cumpridora no que diz respeito ao protocolo que a associação tem com a Câmara do Porto”, acrescentou.
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