A investigação ainda está em andamento e os soldados da base, de todas as patentes, estão a ser ouvidos para “identificar dados relevantes”, disseram fontes do Comando Militar do Sudeste à agência espanhola Efe.
“Até que haja uma decisão, estão todos a ficar lá”, disseram as mesmas fontes.
Na passada terça-feira, o exército detetou “discrepâncias” durante uma inspeção ao arsenal da base militar, com a ausência de 13 metralhadoras antiaéreas de calibre .50 e oito de calibre 7,62.
A instituição garantiu, em comunicado, que as armas desaparecidas não funcionavam e que, por essa razão, estavam na unidade responsável pela manutenção e eventual destruição dos equipamentos que já não podem ser reparados.
Mesmo assim, o desaparecimento colocou as autoridades regionais em alerta devido ao alto poder de fogo das submetralhadoras, especialmente as de calibre .50, exclusivas do Exército, que podem abater aviões e disparar até 600 tiros por minuto.
“Nós da segurança de São Paulo não vamos medir esforços para auxiliar nas buscas do armamento e evitar as consequências catastróficas que isso pode gerar a favor do crime e contra segurança da população”, garantiu nas redes sociais o secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite.
As 21 armas desaparecidas são o maior “desvio” de arsenais públicos desde 2009, segundo o Instituto Sou da Paz, uma ONG que estuda a violência no Brasil e que há anos denuncia a “precariedade” do controlo dos arsenais militares e policiais.
“Só há um destino possível para esse desvio, que é para as mãos do crime organizado. Geralmente, esse tipo de desvio é feito com um comprador em mente”, disse Bruno Langeani, gerente de projetos da ONG, em entrevista à TV Globo.
Segundo um estudo do Instituto Sou da Paz baseado em dados oficiais, as forças de segurança federais registaram o desvio de 323 armas entre 2015 e 2020, a maioria pistolas e nenhuma metralhadora calibre .50.
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