90 empresas interessadas na semana de quatro dias de trabalho

Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, refere, em entrevista à Antena 1, que 90 empresas já manifestaram interesse na semana de quatro dias de trabalho.

Entre estas 90 empresas existe muita diversidade, tanto de setores, como de zona geográfica e dimensão de empresa. A ministra destaca os setores da indústria, da informação e comunicação e do comércio, e enfatiza que a diversidade é importante para testar estes projetos piloto.

O teste da semana de quatro dias começa em Julho, sendo que "as empresas têm até 15 de fevereiro para concretizarem a inscrição definitiva para participarem nestes projetos piloto".

O caso da 360imprimir

A empresa 360imprimir.pt já testou o modelo de quatro dias de trabalho, e as candidaturas aumentaram quase 300%. Sérgio Vieira, diretor-executivo da empresa, destaca os impactos positivos destes três primeiros meses.

Depois de se ter tornado, em setembro de 2022, numa empresa 100% remota, a 360imprimir.pt começou a testar, a partir de 10 de outubro, a redução da semana de trabalho entre os 200 profissionais da sua equipa.

"O modelo seguido pela empresa concentra 36 horas de trabalho semanais em quatro dias e foi implementado a título experimental, por um período mínimo de dois anos", adianta o Expresso. Agora, "75% dos colaboradores teriam que ter um aumento salarial de pelo menos 30% para considerar voltar a um modelo de cinco dias", revelou Sérgio Vieira.

O modelo concentra 36 horas de trabalho em quatro dias por semana, e até agora o balanço é positivo. "Na análise regular dos impactos da medida são consideradas dimensões como a adesão, satisfação, produtividade, atração de talento e retenção do talento".

A semana de quatro dias refletiu-se principalmente na satisfação profissional, sendo que "83% dos colaboradores mencionam que passam mais tempo com a família e amigos" e "93% dos colaboradores imagina-se a trabalhar na empresa daqui a um ano e 90% a recomendar a 360imprimir.pt como um bom lugar para trabalhar". Além disso, "os índices de stress, ansiedade e fadiga diminuíram 4% desde que o modelo foi implementado".

Ainda assim, os dados do volume de trabalho gerado na empresa nestes três primeiros meses mostram que a empresa teve uma quebra de 6,4%. Para Sério Vieira, este é um resultado "positivo quando comparado com a redução prevista para o número de horas trabalhadas". A produtividade aumentou 0,6%, mas a taxa de absentismo, contrariamente ao expectado, não diminuiu.

*Pesquisa e texto pela jornalista estagiária Raquel Almeida. Edição pelo jornalista Gonçalo Lopes.

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