O orçamento 2022-2023, anunciado quatro meses antes das eleições nacionais, também inclui investimento multibilionários em projetos de infraestruturas promovidos pelo Presidente Uhuru Kenyatta, financiados principalmente pela China.

Este orçamento visa “colocar a economia numa trajetória de crescimento mais sustentável”, disse no parlamento o secretário do Tesouro, Ukur Yatani.

Segundo o governante, a economia queniana deve crescer 6% este ano, face aos 7,6% no ano homólogo.

Em 2020, o Produto Interno Bruto recuou 0,3%, o primeiro saldo negativo desde 1992.

O orçamento de 26 mil milhões de euros ilustra bem o dilema que o governo enfrenta, entre aumentar o poder de compra dos quenianos e socorrer os cofres do Estado através da cobrança de impostos.

Assim, Yatani planeia reduzir o défice para 6,2% do PIB, contra 7,5% no ano passado.

Se o orçamento for aprovado pelo parlamento, o governo também destinará 1,1 mil milhões de euros para o programa “Big Four”, que estabelece quatro prioridades para o país: saúde, habitação, segurança e desenvolvimento industrial.

O Quénia foi duramente atingido pela pandemia de covid-19, que reduziu a receita do turismo, motor da economia.

Em 2020, mais de 700.000 pessoas perderam os empregos e os quenianos ainda têm de fazer face a preços altos para bens de consumo diários, como alimentos ou combustível, enquanto a seca atinge várias regiões do país.

Este é o último orçamento apresentado sob a Presidência de Kenyatta, que está no segundo e último mandato presidencial, conforme estipula a Constituição do Quénia.