“Não tive nenhum beneficio da minha passagem temporária pela associação e ela não foi alvo de nenhum favorecimento”, afirmou Vieira da Silva na Comissão de Trabalho e Segurança Social, onde está a ser ouvido a pedido do PS.
Na intervenção inicial, o ministro começou por dizer que o caso da Raríssimas é “um assunto complexo” e identificou as três questões que considerou “mais relevantes”.
A primeira questão diz respeito à sua participação na Raríssimas, onde foi vice-presidente da assembleia-geral da Raríssimas entre 2013 e 2015, função no âmbito da qual aprovou as contas da associação.
“Tendo eu, como é público, participado num dos órgãos estatutários da Raríssimas durante dois anos gostaria de reiterar que não retirei qualquer benefício pessoal ou material dessa participação nesse órgão”, afirmou o ministro.
A segunda questão diz respeito ao modo como o Ministério do Trabalho, da Solidariedade e Segurança Social, sob a sua responsabilidade, se relacionou com a Raríssimas.
“A Raríssimas não foi alvo de nenhum favorecimento especial, particular, discriminatório quanto à forma como são tratadas as instituições de solidariedade”, assegurou.
“No considero que tenha havido qualquer negligência da minha parte ou de qualquer membro do meu gabinete no tratamento de eventuais denuncias que tenham chegado aos nossos gabinetes nesta área governativa”, disse ainda.
Uma reportagem divulgada em 09 de dezembro pela TVI deu conta de alegadas irregularidades nas contas da Raríssimas, tendo apresentado documentos que colocam a agora ex-presidente da associação, Paula Brito e Costa, como suspeita de utilizar fundos da Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) para fins pessoais.
Entre as irregularidades apontadas, conta-se a compra de vestidos de alta costura, de bens alimentares caros e o pagamento de deslocações, apesar de ter um carro de alta gama pago pela Raríssimas. Além disso Paula Brito e Costa terá também beneficiado de um salário de três mil euros, de 1.300 euros em ajudas de custos e de um Plano Poupança Reforma que rondava os 800 euros mensais.
Na terça-feira passada tanto Paula Brito e Costa como Manuel Delgado apresentaram a demissão dos cargos.
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