Em conferência de imprensa realizada na capital da RCA, Bangui, o ministro da Comunicação, Ange-Maxime Kazagui, afirmou que "todas as disposições que constam do acordo de paz estão a ser respeitadas" e que o acordo "vai ser implementado".

Ange-Maxime Kazagui admitiu a ocorrência "de incidentes, dificuldades e tentativas de recuo", mas ressalvou que "isso não significa que o acordo de paz é inválido", acrescentando que uma comissão com todos os elementos envolvidos no conflito foi já criada pelo Presidente da RCA, Faustin-Archange Touadera.

"O Governo e os grupos armados continuam em conversações, não podemos avançar para a precipitação", sublinhou o ministro, ladeado pelo porta-voz da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da RCA (Minusca), Vladimir Monteiro, que confirmou que "dois elementos armados não identificados" morreram perto de Aliando, no centro do país.

O elemento das Nações Unidas salientou que os dois elementos de grupos armados, que controlam 80% de um país com a dimensão de França, abriram fogo sobre uma patrulha da ONU e acabaram por ser atingidos mortalmente na troca de tiros.

Vladimir Monteiro revelou que outros incidentes envolvendo grupos armados verificaram-se na RCA, sem apresentar mais detalhes.

Este novo acordo de paz para a RCA, o oitavo depois de 2013, foi assinado em Bangui, depois de negociações em Cartum, no Sudão, com mediação da União Africana (UA).

Portugal está presente na RCA desde o início de 2017, no quadro da Minusca.

Portugal também integra e lidera a Missão Europeia de Treino Militar-República Centro-Africana (EUMT-RCA), comandada pelo brigadeiro-general Hermínio Teodoro Maio.

Na EUTM-RCA, que está empenhada na reconstrução das forças armadas do país, Portugal participa com um total de 53 militares (36 do Exército, nove da Força Aérea, cinco da Marinha e três militares brasileiros).