As autoridades e o grupo dissidente emitiram um comunicado conjunto no sábado, que não revela a data de entrada em vigor do cessar-fogo, mas especifica que “terá início assim que o decreto presidencial sobre operações militares ofensivas entrar em vigor”.
O comunicado esclarece também que “o cessar-fogo unilateral da Segunda Marquetalia-EB não implica a limitação dos poderes constitucionais e legais das forças de segurança”.
O grupo rebelde prometeu ainda “não permanecer armado ou fardado” nos “centros urbanos” e nas “rotas terrestres e fluviais”, referiu o documento, assinado pelos negociadores do Governo, Armando Novoa, e da Segunda Marquetalia, Walter Mendoza.
Uma reunião em Tumaco, Nariño, no oeste da Colômbia, terá lugar entre as duas partes “o mais tardar até 20 de julho” para apresentar o acordo de desescalada, bem como para definir “o calendário para a identificação de projetos sociais e económicos”.
As duas partes concordaram ainda com a criação de um “subcomité técnico” conjunto, de forma a estabelecer um “recenseamento geográfico dos municípios, cantões e aldeias” onde o grupo está presente.
A Colômbia iniciou a 24 de junho negociações de paz com a Segunda Marquetalia, numa tentativa da administração do presidente de esquerda, Gustavo Petri, para pacificar as zonas rurais do país onde a violência tem vindo a aumentar.
O aumento da violência tem-se verificado apesar dos esforços para manter os acordos de cessar-fogo celebrados em 2016 com vários grupos armados.
As negociações com a Segunda Marquetalia são controversas porque o grupo é liderado por elementos das antigas FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), que assinaram o acordo de paz, mas voltaram a recorrer às armas porque alguns dos seus membros enfrentam investigações de tráfico de droga.
O grupo Segunda Marquetalia é liderado por Luciano Marín, um antigo comandante das FARC que foi o principal negociador do grupo nas conversações de paz que levaram ao desarmamento de mais de 13 mil combatentes rebeldes.
Os rebeldes foram poupados a penas de prisão e receberam 10 lugares no Congresso da Colômbia, como parte do acordo de paz de 2016, incluindo um lugar no Senado que foi atribuído a Marín, mais conhecido pelo seu nome de guerra, Ivan Márquez.
Mas Marín abandonou o acordo de paz em 2018, após um dos seus camaradas mais próximos, Seuxis Paucias, ter sido preso pela polícia colombiana por, alegadamente, ter conspirado na exportação de cocaína para os EUA.
No ano passado, Marín começou a manter conversações privadas com funcionários da administração de Petri em locais secretos na Venezuela.
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