A informação foi adiantada pelo gabinete de comunicação da Câmara do Porto, na reunião camarária em que o presidente da autarquia, o independente Rui Moreira, revelou ter tudo pronto para lançar o concurso da obra, que será candidatada a fundos comunitários e permitirá juntar 760 metros aos 2,5 quilómetros recuperados por tramos desde 2005, na avenida que totaliza cerca de 5,5 quilómetros.
O projeto do arquiteto Rui Mealha, apresentado na reunião camarária pública de hoje, prevê uma otimização dos semáforos para melhorar a mobilidade, o reperfilamento e repavimentação, o alargamento dos passeios, mais de 200 árvores, mobiliário urbano e um separador central com percurso da água (fruto do desentubamento da ribeira de Aldoar), partilhado por peões e bicicletas.
Em fase de “estudo prévio”, está a recuperação do troço entre a zona do Bessa e a Fonte da Moura, o equivalente a cerca de 1,5 quilómetros que também ainda não foram recuperados.
Para já, a prioridade é lançar “rapidamente” o concurso público do troço entre a Avenida do Parque/rua António Aroso (junto ao Parque da Cidade) e a Avenida Antunes Guimarães, devido à candidatura a fundos comunitários, que ficará a cargo da empresa Águas do Porto, explicou Rui Moreira na reunião camarária pública de hoje.
O autarca notou que o projeto “representa uma opção política” e revelou que a solução existente quando tomou posse “era diferente”, nomeadamente “na confluência com a rua António Aroso”, para onde se “previa a construção de uma rotunda”.
“Optamos por uma maior integração da avenida, com a sua ligação ao Parque e aproveitamento de um recurso vivo que precisa de ser tratado [a ribeira de Aldoar]. Privilegiamos os passeios, o verde, a ecopista e a ribeira”, descreveu.
Moreira acrescentou que, para esta maioria camarária, “a avenida da Boavista não deve ter mais rotundas do que as que tem” – a Mouzinho de Albuquerque, no topo nascente, e a Gonçalves Zarco, a poente.
Para o presidente da câmara, com mais rotundas a avenida “perderia toda a sua leitura e interpretação”.
O autarca reconheceu que “as opções de mobilidade estão condicionadas por essa decisão” e a vereadora da tutela, Cristina Pimentel, esclareceu que a intervenção foi alvo de um “estudo de tráfego muito aprofundado, feito pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto”.
No troço entre a Avenida do Parque e Antunes Guimarães, o próximo a entrar em obra, “não haverá alterações significativas de tráfego”, notou Cristina Pimentel, em resposta a questões do vereador do PSD, Ricardo Almeida, sobre os “grandes problemas de trânsito” naquela zona.
De acordo com a vereadora da Mobilidade, o ordenamento do tráfego na zona da reabilitação vai assentar “numa semaforização mais otimizada, que permitirá mais fluidez”.
O arquiteto Rui Mealha notou que o reperfilamento daquele troço da avenida vai permitir criar “passeios laterais mais alargados”, em algumas zonas “significativamente”, como vai acontecer junto ao Avis.
No corredor central da avenida, será instalado “um percurso de água acompanhado por um percurso partilhado numa ecovia para peões e bicicletas, em saibro estabilizado (material também usado no Parque da Cidade)”.
De acordo com o arquiteto, vão manter-se 23 árvores, designadamente as “seis magníficas tílias” e alguns plátanos existentes no início nascente do tramo.
No total, aquele troço vai ter mais de 200 árvores, sobretudo carvalhos.
O projeto foi elogiado pelos socialistas Carla Miranda e Manuel Correia Fernandes, ex-vereador do Urbanismo, e pelo vereador da CDU, Pedro Carvalho.
Em fevereiro de 2015, Rui Moreira admitiu “completar a requalificação” da avenida da Boavista, estimada em 10 milhões de euros e referente aos 2,3 quilómetros entre o acesso ao estádio do Bessa e o Parque da Cidade, se a obra então em curso, na parte nascente, recebesse fundos comunitários.
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