Fonte do executivo disse à agência Lusa que, durante o almoço de trabalho no Palácio do Eliseu - programa que foi acertado no Conselho Europeu de 22 e 23 de junho passado -, o primeiro-ministro português e o chefe de Estado francês deverão analisar, além das relações bilaterais entre os dois países, as questões que ambos consideram "decisivas para o futuro da Europa".
Ora, na perspetiva de António Costa, "as consequências extremamente gravosas que a última crise económica e financeira teve para Portugal" permitem tirar a conclusão de que "será impossível progredir no projeto europeu sem reformar a UEM".
"Estou convicto de que os avanços não são concretizáveis sem antes procedermos à reforma da UEM e às necessárias adaptações dos instrumentos de que a União Europeia dispõe, como o Orçamento, para criar as condições de crescimento económico e criação de mais e melhor emprego em todos os Estados-membros", sustentou o primeiro-ministro numa recente conferência realizada em Lisboa sobre o futuro da União Europeia.
Neste ponto, o primeiro-ministro defende que a mudança na União Europeia tem de passar necessariamente por "políticas de estabilização financeira, de crescimento económico sustentado, de convergência e a coesão social", mas também por uma estratégia de "centralidade do euro no projeto de integração europeia" e por uma ampliação dos investimentos, sobretudo por via do "plano Juncker".
Fonte do executivo referiu ainda à agência Lusa que as posições de Costa e Macron "são próximas" do ponto de vista político, designadamente no que respeita ao caminho que deve ser seguido pela União Europeia.
Logo após a eleição de Macron, no passado dia 07 de maio, António Costa felicitou-o, considerando tratar-se de "uma boa notícia para França, para a Europa e para Portugal".
Em maio, durante uma visita oficial ao Qatar, o primeiro-ministro desvalorizou a caraterização de liberal feita ao recém-eleito Presidente francês, considerando, pelo contrário, que o programa de Emmanuel Macron está "muito alinhado" com o do Governo português em matéria europeia.
"A posição que [Emmanuel Macron] tem apresentado em matéria de Europa aposta no reforço da sua componente social e, claramente, numa nova visão da zona euro como espaço de convergência económica. O programa é muito alinhado com as ideias que temos em matéria europeia", defendeu então o primeiro-ministro.
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