Na Qiushi, revista bimensal do PCC sobre teoria política, Zhuang Rongwen reafirma a liderança do partido na governação do ciberespaço e compromete-se a promover 'online' o pensamento de Xi, o mais poderoso líder chinês das últimas décadas.
Zhuang dirige, desde o mês passado, a Administração do Ciberespaço da China, organismo que controla o conteúdo disponível para os mais de 800 milhões de internautas chineses e exerce vigilância sobre as empresas do setor.
O artigo foi difundido após um encontro entre a liderança chinesa para discutir trabalho ideológico e propaganda, e que se realiza a cada cinco anos.
Sob a direção de Xi Jinping, as autoridades chinesas reforçaram já o controlo sobre a rede, silenciado até vozes moderadamente críticas, num espaço outrora considerado como o mais livre do país.
No referido artigo, Zhuang promete promover "energia positiva" e reprimir "tendências ideológicas negativas", que incluem "distorcer" as versões históricas do partido, Estado ou exército, ou "negar" a liderança do PCC e o sistema socialista.
Zhuang afirma que as empresas do setor serão "estritamente" responsáveis pela gestão de conteúdo e prometeu acelerar o estabelecimento de uma plataforma nacional que abarque todas as firmas do setor e uma plataforma de gestão de emergência da opinião publica no ciberespaço.
"A Internet tornou-se no principal campo de batalha e linha da frente para os trabalhos de propaganda e da opinião pública", afirma Zhuang.
"Para assumir o controlo do trabalho ideológico, não precisamos apenas da força motriz dos membros do partido e dos editores e jornalistas, mas também devemos utilizar as massas e os internautas", acrescenta.
Zhang apela aos internautas que "mobilizem energia positiva" e se "eduquem" uns aos outros sobre a regulação do comportamento 'online', visando "limpar o ambiente do ciberespaço".
O artigo refere várias ideias de Xi Jinping, incluindo a "criação de uma Internet limpa e justa" e a noção de "soberania do ciberespaço", que define a Internet como essencial para a estabilidade política e segurança nacional.
Num discurso proferido em 2013, Xi acusou "as forças ocidentais anti China" de usar a Internet para atacar o país.
"Ganhar a luta no campo de batalha da Internet é crucial para a segurança da ideologia e do regime do nosso país", afirmou.
Facebook, Twitter ou WhatsApp estão bloqueados na China, mas o país tem as suas próprias redes sociais - o Wechat ou o Weibo -, que contam com centenas de milhões de utilizadores.
As autoridades aumentaram também a censura sobre conteúdo que consideram "vulgar", ou que contrarie os valores socialistas. Desde o ano passado, os reguladores têm vindo a punir internautas por comentários 'online', distribuidores e plataformas.
Só no segundo trimestre deste ano, a Administração do Ciberespaço da China encerrou 1.888 portais eletrónicos e 720.000 contas nas redes sociais chinesas por conteúdo "ilegal".
No início deste mês, um projeto de regulamento emitido pelo regulador propôs banir da Internet chinesa todos os estrangeiros que promovam a religião no país e proibir a transmissão 'online' de atividades religiosas.
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