Na última edição do estudo sobre as ameaças que afetam o mundo, o jornal The Economist considera que a vitória do republicano representa uma possível ameaça, assim como o impacto que a expansão do Estado Islâmico está a ter na economia mundial, ocupando o top dez da lista elaborada pelo EUI. A maior ameaça global é a queda súbita da economia chinesa.
Para justificar a sua análise, a EUI baseia-se no afastamento de Trump em relação à China assim como na sua proposta de proibir a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos, o que representaria "uma potente ferramenta de recrutamento para os grupos jihadistas".
De acordo com o relatório, o republicano “também tem assumido uma postura excecionalmente conservadora sobre o Médio Oriente e o terrorismo jihadista, incluindo entre outras coisas, a defesa da morte de familiares de terroristas e o lançamento de uma incursão terrestre na Síria para acabar com Estado Islâmico (e adquirir o seu petróleo) ".
Os analistas também temem uma guerra comercial se Donald Trump chegar à presidência, salientando que as suas políticas “tendem a estar constantemente propensas a uma revisão”. Trump tem tido "uma posição hostil ao livre comércio, incluindo no Tratado de Livre Comércio da América do Norte, e classificou várias vezes a China como 'manipuladora de divisas'", indica o documento.
O relatório defende que uma vitória de Donald Trump irá inviabilizar a parceria existente entre os Estados Unidos e outros 11 estados americanos e asiáticos, enquanto “a sua atitude hostil para com o livre comércio e a alienação do México e da China, em particular, pode dar origem a uma rápida guerra comercial”. Para a EUI, “há riscos, especialmente no caso de um possível ataque terrorista em solo norte-americano ou de uma recessão económica súbita”.
No entanto, a organização afirma que não acredita que Donald Trump consiga derrotar a adversária democrata Hillary Clinton e destaca que o Congresso norte-americano irá, muito provavelmente, bloquear algumas das suas propostas mais radicais se o candidato republicano vencer as eleições de novembro.
O estudo refere também o perigo de um possível confronto armado no Mar Meridional da China, a ameaça que representa uma potencial saída do Reino Unido da União Europeia, assim como um potencial desmembramento da Zona Euro, com a saída da Grécia, o risco de uma crise da dívida dos mercados emergentes, e a perspetiva de uma nova “Guerra Fria” alimentada pelas intervenções russas na Ucrânia e na Síria.
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