O relatório, datado de abril de 2012, assinala, por exemplo, que numa das unidades do Exército Popular, a cerca de 50 quilómetros a norte de Pyongyang, 75% dos equipamentos de artilharia eram considerados inoperacionais, dado que estavam oxidados ou cobertos de pó.
Segundo a MBC, as autoridades norte-coreanas elaboraram este documento para avaliar a situação das forças de defesa quando Kim Jong-un chegou ao poder, após a morte do seu pai, Kim Jong-il, em dezembro de 2011.
O relatório ao qual a cadeia televisiva sul-coreana teve acesso atribui o mau funcionamento do exército à enraizada corrupção nas suas fileiras, especialmente entre altas patentes.
Neste âmbito, cita o caso dos militares norte-coreanos que sofriam, nessa altura, de uma “grave escassez de alimentos” devido em parte à venda de arroz pelos comandantes para obterem benefícios económicos.
Isto levou a que muitos soldados se declarassem em greve de fome e o próprio Kim Jong-un a reagir, punindo a até então impune corrupção nas forças armadas.
Quatro anos e meio após a elaboração do dossiê desconhece-se, porém, até que ponto a corrupção afeta hoje o Exército devido ao extremo hermetismo do regime dos Kim.
Em todo o caso, especialistas têm assinalado, por diversas ocasiões, que o jovem ditador empreendeu uma cruzada contra os militares corruptos na sua política de priorizar o Exército como garante da sobrevivência do país face à “ameaça” dos Estados Unidos e da Coreia do Sul.
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