Na apresentação pública do projeto de requalificação do miradouro conhecido por Adamastor, que começou pelas 18:30 no Liceu Passos Manoel, foi revelada a "proposta de uma vedação" que permite, para efeitos de limpeza ou outros, "fechar o espaço".

De acordo com o arquiteto João Nunes, do ateliê ao qual foi adjudicado o projeto, será uma vedação "transparente, mas alta".

No início da sessão, antes da apresentação do projeto, o presidente da Câmara, Fernando Medina (PS), manifestou "disponibilidade para discutir, alterar, adaptar" as "ideias e soluções" da autarquia para o local, sem abdicar da necessidade de dar "mais qualidade de vida" aos moradores.

"O nosso objetivo é a construção de uma solução de equilíbrio", declarou, considerando que a Misericórdia é a freguesia de Lisboa na qual é mais difícil conciliar a tensão entre a qualidade de vida dos moradores e a fruição de zonas de lazer, patente não só em Santa Catarina, como no Bairro Alto e no Cais do Sodré.

Medina sublinhou a necessidade de a "nova solução" para o miradouro de Santa Catarina não se limitar a alterações no jardim, mas conciliar diversos aspetos, como "mais segurança", "melhores sistemas de iluminação" e "qualidade e gestão do espaço público".

No mesmo sentido, a presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, Carla Madeira (PS), considerou "essencial haver videovigilância, à semelhança do que já existe no Bairro Alto", argumentando também pela necessidade de fecho do espaço do miradouro para limpeza e manutenção.

Além da "vedação de segurança" contemplada no projeto, também os espaços verdes serão protegidos por vedações, mais baixas, colocadas nomeadamente em torno da icónica estátua do Adamastor que dá nome popular ao espaço.

Em torno da estátua, serão colocados arbustos, substituindo a atual relva.

O arquiteto, que já tinha assinado as alterações feitas ao espaço em 2003, justificou a nova solução com o aumento da pressão da afluência de pessoas para aquele local.

O projeto contempla ainda mobiliário urbano com cadeiras semelhantes às existentes na praça da Batalha, no Porto, numa homenagem ao arquiteto Adalberto Dias, que as concebeu e que ficou em segundo lugar no concurso para o miradouro de Santa Catarina.

Na sessão pública, que pelas 21:00 ainda decorria no lotado auditório do Liceu Passos Manoel, a assistência tem-se dividido em torno da solução da vedação, sendo salientados os problemas de segurança do local.

Queixas de tráfico de droga, agressões e arremesso de objetos para os telhados, num generalizado ambiente de insegurança, foram constantes da parte dos moradores que apoiam a vedação, sendo da parte dos detratores argumentado que uma "privatização do espaço público" não vai resolver aqueles problemas e reclamando um espaço livre.

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